Isto de saber até onde irão as certezas que transportamos vida afora. De conhecer o que, na verdade, conhecêssemos, se é que conhecemos algo puro a propósito dos dias vindouros. Mesmo assim agimos quais donatários do absoluto futuro, quando quase nada, ou nada, dominamos dos acontecimentos posteriores. Daí a fome desesperadora de desvendar o inesperado, assenhorear-se das marcas seguintes dos nossos passos neste chão.
Na realidade, somos meros detentores do direito de existir
ainda sem saber, com plenitude, o que significa existir. Espécies de alimárias
dos depois, vagamos soltos pelas matas virgens sob o crivo dos elementos
originais. Atores de peças que nem escrevemos, e, tantas vezes, sabemos pouco da
firmeza das existências do Autor de tudo quanto há sob o Sol. Seríamos, talvez,
livres aves nos céus do Invisível. Querer, pois, julgar a nós e aos outros
representa atitude temerária diante da Perfeição que a tudo rege no dizer das
religiões. Explorar os demais quais superiores fóssemos, eis outra providência
que produz frutos amargos, porquanto o equilíbrio universal a isto determina
face ao nível do exato funcionamento das esferas.
Portanto, aventureiros do acaso, balançamos nas ondas deste
mar de inevitável a que fomos submetidos desde quando persistem os pensadores e
os mestres à busca de explicar o inexplicável. Máscaras de si próprios trocamos
os pés nos dias que restam de sobreviver ao eterno, máquinas de forjar o
sentimento, e instrumentos de organização da sociedade humana.
Grandioso o desejo de interpretar os ritos da Natureza,
contudo somos só meios falhos das escolas desta vida. Que lição maior de
humildade sobraria além de aceitar, se não baixar a cabeça e orar com força ao
desconhecido no senso do Bem, do Amor, da Paz. Nenhuma dúvida, por isso, de que
alguém regressou a transmitir a sabedoria que descobrirá no tempo certo.
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