E nós que nos pensávamos próximos ao mundo e daqui pertencer para sempre nalgum momento do Infinito, aquele antigo sonho material, é nisso que se tornou, algo etéreo, invisível, desfeito em pó e desaparecimento.. Dotado de meios por demais objetivos, porém impossíveis de perpetuação, a raça carrega nos ombros esta sina inevitável de correr léguas e léguas à busca da inexistência dos mundos só materiais. Espécies de heróis leigos, abstratos, no entanto, transferem de vidas após vidas ao desejo ardente da continuação através dos conceitos elaborados pelo pensamento. E ele, este mesmo pensamento, já reconheceu que não verá a luz que tanto admite, contudo impossível aos seus olhos apenas humanos. Porquanto sermos abstratos e lutar a fim de compreender qual que seja, lentamente mergulhamos nos abismos da inexistência, dotados das visões que mostram a imortalidade todavia noutra face, diáfana, translúcida, pura, sem mácula.
Tal condição de humanidade faz-nos aventureiros do mistério
que já trazemos conosco na essência de si. Tocamos as barreiras desse invisível
que o somos porém com mãos grosseiras de quem necessita aperfeiçoar ainda mais
que seja o senso da percepção. Livres por isso do desaparecimento, seguimos a
passo lento o trilho da verdade que nos anima pouco a pouco e comovo ao aspecto
doutra dimensão distante dessa daqui do Chão. Dentro, pois, de uma aparente
dualidade, matéria e espírito, abraçamos o Universo na consciência que desperta
num processo de maturação definitiva. Onde estivermos, quando, como, viveremos
a gestação de um ser pleno, conceito absoluto de tudo quanto houver durante
todo tempo. Meros seres imaginários do século perfeito dos autores, seremos
assim pântano e lótus da História. Sombra e luz da presença em todos os espaços,
enfim.
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