Daí, começou o movimento, vindo bicho de tudo quanto era canto. Os convidados entravam na furna e passavam horas, depois saíam sem revelar o que acontecia entre eles e o Rei.
Naquilo, o macaco, observador por natureza, ficou de butuca em cima das árvores das imediações, desconfiando que alguma tramoia se desenvolvia na área, envolvendo tanta gente.
Tempo vai, tempo vem, e nada dele tomar gosto, acordar a curiosidade característica e também chegar para negociar com o chefe da floresta.
Nisso, o leão resolveu mudar a tática e ele mesmo veio até a frente da morada no propósito de estabelecer diálogo com o símio ainda pendurado no alto das árvores maiores, longe de suas garras.
- Sim, compadre macaco (que os bichos gostam de tratar uns aos outros desse jeito) – foi falando a fera monumental, enquanto sacudia a juba meio parecido que contrariado. – O senhor vive distante das atividades do meu reinado. Quer contar o que se passa nessa cabeça, meu irmão? – perguntou o soberano, querendo impor autoridade nas palavras.
- Ah, majestade, ando sobrecarregado de compromissos por causa das invasões dos humanos explorando e querendo tudo só pra si – explicou o macaco, já de olhos acesos diante da força do leão.
- Pois, então, amigo velho, entre e venha conversar nos problemas que atravessa, que decerto oferecerei a tranquilidade que procura para suas preocupações.
- É, majestade, mas analisei bem o seu jeito de atender aos súditos. Notei coisa esquisita, e quero salvar minha pele. No chão defronte da porta de sua gruta há muito mais rastros de animal entrando do que saindo – e dizendo isso, mais que ligeiro sumiu desembestado quebrando cipó no eito da floresta, e nunca que quis maiores aproximações com o leão e sua fome de carne de macaco.
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