segunda-feira, 9 de junho de 2014

O Gueto de Varsóvia

Desde o primeiro dia de setembro de 1939, até meados de outubro de 1940, o exército alemão lutou para consolidar a Polônia invadida, estopim da segunda maior conflagração mundial. Cessados os combates mais cruentos, se iniciava a perseguição aos judeus da Capital, que totalizavam em torno de 400.000, logo confinados pelas tropas da SS numa área de duas milhas de comprimento por uma de largura, bairro denominado depois Gueto de Varsóvia. 

Esse exíguo território submeteu-se a incertas e esporádicas incursões dos nazistas, que pretendiam de tal modo eliminar a população do recinto, transportando-a aos campos de extermínio e de concentração. Independente das agressões temporárias, se registravam uma média de 300 baixas diárias, face às péssimas condições de higiene e habitação que ali imperaram.

De 22 de julho a 03 de outubro de 1942, o governador-geral da ocupação, Hans Frank, promoveu a deportação de 310.322 judeus, na maioria para o campo de Treblinka.

Ao perceber inexistirem perspectivas de libertação, em janeiro do ano seguinte, 1943, os moradores do gueto resolveram conduzir o primeiro levante popular, quando mil judeus, em ato de única contingência, mataram 50 soldados alemães que arrebanhavam novos prisioneiros no bairro.

Restava, nesse período, população em torno de 60 a 70 mil judeus, dizem relatórios oficiais apresentados durante o julgamento dos nazistas verificado depois da guerra, na cidade de Nuremberg. 

No dia 19 de abril daquele ano, sob as ordens do general Stroop, chegaram as tropas alemães munidas de tanques, artilharia pesada, bombas de gás venenoso, lança-chamas e dinamitadores, prontas a varrer por completo o que restava de vida naquela área.

Perdidos, no entanto, os sobreviventes decidiram resistir até o fim, a qualquer custo. Reagiram tornando as galerias subterrâneas e os esgotos do subsolo da praça fortificada, escrevendo com bravura inigualável dos maiores e mais encarniçados capítulos de heroísmo coletivo que oferece a toda a historia das tragédias humanas.

Da superfície, os alemães presenciavam estarrecidos e frios as derradeiras resistências judias. Contrários ao opressor, em vez de se entregarem às câmaras de gás, escolhiam o sacrifício das armas cruéis. Quase nada possuíam de meios de defesa. Montaram estratégias suicidas, valentes, furiosas. O que poderia ser operação rápida, perdurou por quatros semanas de longos e sucessivos atos de coragem nos subterrâneos poloneses.   

Os números dos acontecimentos no Levante de Varsóvia apresentaram saldo equivalente a sete mil judeus assassinados e 50 mil transferidos aos campos de concentração, quando vencida a resistência de um povo intrépido. 

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