segunda-feira, 30 de junho de 2014

Instrumentos de poder

Quando indígenas rodeiam dançando, cantando e sacudindo maracás em volta dos totens, ali reverenciam instrumentos de poder e cruzam a tênue fronteira que une o visível e o invisível da Natureza. 

Avaliamos a importância de centralizar em um instrumento de poder a força que todos somos e, às vezes, nem sabemos. No íntimo do ser, dispomos da pura subjetividade, e com ela saboreamos a prática da realidade objetiva sob os princípios da dicotomia entre o objeto e o sujeito, à qual a essa realidade obedece. Numa das peças de que se compõe o todo universal, objeto é energia condensada, enquanto sujeito, a menor parcela das individualidades, é energia em constante processamento. 

Noutras palavras, equivalem ao chão e à semente, no processo de atividade permanente de existir. E o que dá significado à existência do mundo nas consciências individuais. 

Diante desse quadro, há necessidade  dos instrumentos de poder, que são os meios usados pela consciência no trabalho de conduzir a força bruta a um fim útil. Isto é, usar objetos de centralização da própria energia dentro de si e a ela dá sentido, com isso, transforma força em poder, através da condução da individualidade a um objetivo final, o que, de comum, resume o sentimento da fé. 

Tais instrumentos de poder significam, pois, o sentido de viver de que fala Viktor Frankl, psiquiatra austríaco autor da Logoterapia, ou terapia do sentido. Diz que há de se ter um sentido na vida qual motivo de sobrevivência e significado da existência.

Instrumentos de poder, tanto abstratos ou materiais, servem de base a encaminhar o potencial humano pelas formas das místicas culturais, religiosas, políticas, filosóficas de modo geral, visíveis ou invisíveis, sólidas ou imaginárias, a preencher o potencial das personalidades.

Face aos tantos aspectos desse valor de cunho pessoal, a história caracteriza as aquisições das raças e da Civilização nos inúmeros símbolos disseminados pela face da Terra, onde pessoas, famílias, nações, instituições multiformes, preservam os credos, públicos e privados, profanos e sagrados, instrumentos valiosos da convergência infinita da força latente nos indivíduos e nas multidões, isto no efeito de domar o Caos na Ordem e chegar à Perfeição Absoluta, sonho das coletividades.  

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