quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Uma das lendas de São Benedito


Na memória popular circulam muitas histórias a respeito da vida do santo católico São Benedito. Entre elas uma existe que corre mundo e fala da época quando o frade vivia num convento da Sicília, na Itália. Despenseiro do lugar, o responsável pelos mantimentos da comunidade, era característica marcante de sua pessoa usar da caridade para com os pobres da região com tamanha intensidade que preocupava os superiores.

Tipo que não sabia dizer não perante a dor alheia, padecia ao ver alguém passar necessidade. Com aquilo, talvez abusasse dos víveres que comandava e desfalcava a manutenção da ordem, chegavam a pensar os irmãos.

O bom irmão, no entanto, sofria horrores quando alguém, faminto, vinha pedir alimento, tratando de abrir as portas da despensa, sobretudo aos mais desvalidos. Nunca sabia negar das provisões. Os bocados que alimentariam o grupo deviam suprir a fome dos pedintes, conhecedores dos sentimentos do religioso. Em conseqüência, buscavam-lhe sempre que a carência se manifestava.

Devido a isso, o frade ficou sendo vigiado na prodigalidade que exercitava.

Ainda assim, de modo clandestino, Benedito trabalhava pelos aflitos, forçando o superior chamou o frade à atenção, aconselhando-o a reduzir seu ímpeto, que moderasse os hábitos, porquanto havia reclusos a reclamar pela qualidade do que ofereciam no horário das refeições. Alguns se diziam fracos para cumprir os ofícios da irmandade, em face do procedimento do ecônomo, ora do conhecimento de todos. Esse clima se estabeleceu, portanto, aonde outros missionários lhe olhavam desconfiados.

No andar dos acontecimentos, lá uma vez, na intenção de mitigar precisão de um pedinte que viera ao convento, Benedito disfarçou certos víveres sobre as dobras do manto, a fim de nutrir o indigente.

- O que é que levas aí contigo, irmão Benedito? – quis saber o superior, com quem se deparou de surpresa em um dos sombrios e úmidos corredores da construção.

Flagrado em delito e no impacto da situação, o frade apenas imaginou de responder que:

- São rosas, meu senhor! Rosas! – enfatizando com largo sorriso as palavras, no propósito de cruzar o limite imposto pela autoridade.

- Ah, rosas. Eu gosto de rosas. Quero ver a qualidade dessas que levas junto do corpo com tanto carinho – pediu insistente o companheiro.

Nervoso, por isso, sem qualquer outra saída, Benedito descobrir os alimentos que transportava e no lugar deles apresentou ao superior uma braçada de lindas e perfumadas flores.

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