Ninguém, de sã consciência, imaginaria o que quer que fosse que não utilizando das palavras. Elas impõem os motivos e movimentos do pensamento, chegando às raias da dominação deste mundo e de outros que viéssemos a existir. Daí a citação de que No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. João 1:1-2
Das palavras nascem as ações da inteligência, abstração do Ser
enquanto animais que pensam. Crescem dentro de si e invadem o silêncio do
Universo sorrateiramente. Por vezes afeitos à coerência; doutras, no entanto,
meros joguetes da imaginação inconsciente.
Há um Eu em nós que nasceu do silêncio original, segundo
Buda, e, nisso, viveremos na carne até achar esta porta principal ao Reino da
Eternidade, o Nirvana.
As palavras, ao seu modo, significam a pista dessa revelação individual,
da vitória sobre o ego e a total revelação do ser original, que no princípio
era o Verbo, que veio habitar entre nós.
Tão simples quanto o silêncio, porém porta da Consciência, o
tal principio significa a vitória definitiva na obtenção do valor essencial de
tudo durante todo tempo. O que somos é a consequência do que pensamos,
no conceito de Buda. A jornada interior da real percepção, eis a razão de
estarmos aqui. Nisto, o resumo de todas as doutrinas e dos fundamentos do
pensamento humano.
Ao nascerem, as palavras trazem consigo o nexo das
existências e sustentam o conceito definitivo das histórias contadas e vividas
desde sempre. Um a um, as criaturas humanas evidenciam e evoluem à medida que
exercitam o tanto que fazem do Verbo a sua própria consequência naquilo que
pensam. Temos e somos, pois, o instrumento da nossa Libertação.
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