sábado, 20 de setembro de 2025

O senso do ilimitado


Esse apego ao Chão que faz de muitos só as toneladas que transportam aos ombros. Os portais da fama de estar aqui e aqui permanecer de face obscura. Ainda que diante do ilimitado, ser isso, parte efetiva das próprias limitações. E nem por isso, no entanto, de bem assim permanecer entes vagos num mar de afirmações a lhes parecer definitivas. Circulam nesse imenso território feitos formigas e largos sonhos, e menores instintos. Buscam, que sei, a bússola de andar nos astros, porém restritos ao terreiro de casa. Mais que isto, minúsculos seres afeitos aos fenômenos em volta, contudo cientes do quanto resta aonde poder chegar certa feita. Eles, os humanos.

Sabe-se do infinito das maravilhas, de braços abertos ao inesperado, tais descendentes do Cosmos. Herdeiros universais da Criação, sofisticam o ato de viver a meros argumentos de continuar nessa busca. E lá nalgum instante regressar sem saber o destino que lhes aguarda em seguida.

Isto, a fonte das palavras de querer, por fina força, desvendar o mistério tenebroso das horas e ajustar de vez os instrumentos ao código genético do inevitável que observa lá de longe junto as hostes das humanidades em movimento. Bem aos moldes dessas indagações, tudo segue inexorável ao sentido único de existir, pois.

Foram tantas as histórias contadas nas noites, as aventuras percorridas pelo desfiladeiro das lembranças aos sóis que vieram e voltaram, longos augúrios dos melhores dias, verdades verdadeiras, ajuntamento de doutrinas, viagens, luas... passos silenciosos nesse mesmo deserto das saudades, das gerações e expectativas. Depois, novos dias, novos sonhos, outras ânsias e novas aventuras.

Suaves prosseguem os deslumbramentos, as sinfonias harmoniosas do fervor, da solidão, do desejo, na subjetividade que entontece e de que nem de longe há de coincidir de todo com a resposta dos quantos que querem saber. Olhos secos das dores, perduram rogar aos Céus o momento certo de encontrar a resposta inesquecível e acalmar os sentimentos, então ser feliz, afinal.

(Ilustração: Esfinge, Egito).

Nenhum comentário:

Postar um comentário