A meio disso tudo, numa velocidade que causa espanto, as pessoas circulam pelas estradas na procura da humildade. Sei, sim, que, se ainda não encontraram, de certeza logo cedo acharão pelas calçadas da cidade, quem sabe?! no raiar de novos tempos. Ou mesmo ao abrir as janelas do dia e enxergar um círculo perfeito no alto dos céus. Nisso, misto de igualdade entre os seres, nascem os segredos ora espalhados pelo fervor da Criação.
As palavras chafurdam dentro da gente, querendo a todo custo
dizer alguma verdade até então desconhecida. Elas sabem, porém das barreiras dos
mistérios, e sacodem, anos a fio, o instinto de querer e iluminar a sombra que
carregas consigo. Forçaram desvendar tantas vezes que numa delas há de revelar tudo,
enfim. Daí esse movimento dos objetos pelas ruas, numa fúria nunca antes imaginada.
Quer-se chegar, no entanto, e saber o destino que lhes aguarda no caminho.
Já se passaram incontáveis firmamentos, tantas refeições,
viagens, histórias, e todos aqui nesse mesmo comboio a bem dizer infinito. Perduram,
insistem, desejam, e dormem logo em seguida. Quantas sessões de cinema, livros
inúmeros, séculos de transição à cata de sonhos. Enquanto isso, as florestas
renovam a folhagem; animais procriam e somem; senhores de indústrias preenchem
de peças renováveis a superfície do Chão.
Sob o teto das fábricas, um silêncio de gerações. Nas
universidades, nos meios de comunicação, na Internet, olhos abertos ao
Infinito, dali percorreram os séculos e guardaram consigo as lendas doutras
civilizações desde sempre desaparecidas. Hoje, as letras viraram números e
falam linguagens inteligíveis, numa transformação sem par. Afinal se reencontraram
séculos depois das profecias reveladas; eles, os outros, nós mesmos.
Uma festa de reconciliação, quando desmancharam as armas em
instrumentos de alimentação e modos de produção da fraternidade humana. Vistos
que tal, a isto chegar-se-ia certa feita, à medida de uma nova consciência. Destarte,
brilharão as luzes da realidade mais plena.
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