Mundos dagora. Cercas de arame farpado em volta dos rios secos e seus automóveis em movimento. As noites. As festas. Os ritos. Multidões inteiras envoltas nos sons esquisitos das chamadas eletrônicas. Notícias vagas do que acontece do outro lado deste chão e determinam o motivo de tudo isto. Músicas de antigamente insistem tocar nos gramofones enferrujados que ilustram o quadro assim dantesco; porém o que resta mostrar aos deuses da raça. Nas horas adormecidas, a população aceita de bom grado o almoço dos dias servido nas nuvens raras que debrunham um céu distante do que antes imaginávamos. E seguimos com nossos ídolos que também desaparecem. Senhoras si, contudo, as massas percorrem praças e ruas na busca de novos amanheceres, talvez inesperados quais os que chegam a todo momento. De dentro de nós mesmos, a versão de mil histórias pelas dobras dos blusões. Nítidos sinais do que nos contavam e que sumiu ao nascer do Sol. Elas, que tanto prometeram, aceitam ser assim os passos do dragão. Nisso, imensa ficção parece conter o nível da compreenão dos instrumentos que nos controlam.
Cá fora, no entanto, tocamos adiante o que foram os sonhos. Ninguém há que aceite de bom grado que o barco não tivesse um destino. Nem face a tanto, deixamos de sonhar e sustentar vínculos imensos com a outra realidade tal que seja que mora no coração da gente. O sabor dos dias vive face a face isto às margens dos tempos prósperos, amáveis, e disto nos alimenta de horas e séculos.
(Ilustração: The Garden of Earthly Delights X, de Raqib Shaw).
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