quarta-feira, 12 de junho de 2024

Os sonhos


Venho estudando a obra de Carl Jung, o que me motivou a compreender e começar a anotar meus sonhos. Ao lado disso, li, há pouco, Livro dos Sonhos, obra de Jorge Luis Borges, a quem admiro desde algum tempo. Nisto, busco agora desenvolver a possibilidade que temos de nos conhecer através dos sonhos, no que diz respeito aos entremeios da consciência.

Ao que vejo, os sonhos perfazem o todo que resume pensamentos e sentimentos. Uma fronteira por demais movimentada, dos sentimentos a nos envolver até seus limites a percepção, e os pensamentos nós é quem os envolvemos até o ilimitado da razão intelectual. Um entrechoque de duas qualidades humanas que nos conduz vidas adiante. Nem sempre, porém, possuímos a força suficiente de saber interpretar o que dizem os sonhos, ou de controlar os pensamentos que administramos na vigília. São misteriosos os sonhos, haja vista o tanto de situações históricas em que pelejam de desvendar os seus segredos, isto nas ocasiões mais diversas, contudo importantes ao destino de reinos e populações; ao seu jeito, eles vagam soltos através de todos nós, espécie de naves na intenção de dominar o mistério que há dentro de todos ainda desconhecido. Quanto aos pensamentos, os mestres orientais, ao seu modo, persistem na instrução de que os podemos trabalhar pelo silêncio e fazê-los menos danosos a esse controle da mente a serviço do ego, que impera no mundo da matéria.

Quando são nítidos os sonhos, trazem histórias completas a serem narradas, o que já fiz nalgumas horas. Segundo os estudiosos, existem dois tipos de sonhos, os mentais e os espirituais. Dos mentais fazemos um apurado daquilo que seja ligado ao dia-a-dia, aos problemas imediatos, aos afazeres cotidianos. Quanto aos espirituais, esses veem através da intuição e trazem consigo mensagens valiosas a nos favorecer nos embates da existência e no desenvolvimento psicológico.

Essas cogitações propiciam meios de nos auto conhecer e evoluir sempre, uma vez comporem o ente que somos nas estradas que seguimos.

(Ilustração: Sonhos, de Akira Kurosawa).

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