Nada mais deprimente, a um ser dito pensante, do que isso de parar ao largo dessas caixas de plástico preto fosco, animadas e sonoras engenhocas modernas chamadas televisor, e se permitir a intérminas horas de vistas secas assistindo aos ataques sucessivos de bombas milionárias jogadas de graça contra a cidade de Bagdad, no Iraque, a pretexto de varrer do mapa um ditador de fancaria e seus filhos debilóides, ricaços feitos no rastro escuro do petróleo, que conseguiram escravizar povo de raízes fincadas na tradição e na cultura mesopotâmica, de onde nasceu a história da raça, tudo sob os olhos enfastiados da nossa humanidade hoje sem comando sério e afeita quase tão só a gestos mecânicos de comprar e vender, comer, dormir, coabitar, procriar e consumir substratos das mais vazias ilusões.
Como dói, naqueles que sentem a
dor dos outros, conceber guerras em tempos de grave carência dos tantos países
paupérrimos, a pretexto de vender armas produzidas a custos elevadíssimos, no
soldo imperialista dos juros da agiotagem internacional.
A tal demência aponta para os
limites inúteis a que se chegou nas fronteiras. A única diferença de anos
anteriores são essas manifestações de alguns lugares, em longas marchas
pacifistas românticas de protesto contra as imbecilidades persistentes de
governos espúrios, portanto ilegítimos e pouco genuínos.
As lições históricas decerto não restaram bem guardadas, no
correr das gerações. Povos no passado vítimas de cruéis tormentas, quais
judeus, japoneses, poloneses, se unem, nesta hora, aos norte-americanos, esquecidos,
pois, das catástrofes coletivas que viveram na própria carne, idos da Segunda
Guerra Mundial, e fomentam a tragédia de novos confrontos coletivos. Quem observou,
mesmo de longe, aqueles idos de injustiça, estima o transe de alemães invadirem
a Polônia e exterminarem, durante anos, heróicos resistentes do Gueto de
Varsóvia; dos americanos explodirem, em dois dias de agosto de 1945, Hiroshima
e Nagasaki, onde fulminaram sem apelação 150 mil pessoas, entre crianças,
jovens e adultos da população civil; e dos campos de concentração nazistas lotados
de infelizes cidadãos morrendo à míngua, na sanha perversa de Adolfo Hitler e
seus sequazes.
A memória, que deveria ser instrumento
prioritário, tornou-se músculo em desuso da espécie imprevidente, sobretudo
quando, na guerra do plantão que vitima o bravo povo iraquiano, joga-se no monturo
a instituição nobre dos direitos coletivos, com sede em Nova York, a
Organização das Nações Unidas – ONU, destinada a impedir consequências afins, doutras
vezes.
De certo, dada a perfeição original
do Universo, esses falsos líderes, responsáveis dessas atitudes insanas, amargarão
de volta o remorso do genocídio que ora perpetram sob a égide do cinismo e da impunidade
aparente.
Viva a Paz! Viva o Amor!
(Ilustração: Quadrinhos e Vingadores: Guerra Infinita (reprodução).
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