Somos nós essa matéria-prima do sentido de estar onde estejamos, nós e o tempo em combustão; artesões do inevitável, aprende-se longamente o roteiro da Salvação. Aventureiros da sorte, pois, viajamos pelos milênios até encontrar o real sentido de tudo. Isto, à pauta dos sóis e os viajantes do Cosmos.
Bom motivo de estar neste lugar face a face com o destino, às portas do Infinito e senhores de nossas atitudes por vezes arrevesadas; mas que outro motivo não existirá perante os braços do impossível. O resumo de todos os fenômenos, a raiz do quanto acontece nas gerações, impera no coração das pessoas, ao que cabe mergulhar e desvendar nas fibras da Consciência.
Isto de querer algo além que supere o decorrer das horas e em que deixamos de lado a possibilidade que significamos. Permite que desfrutemos da síndrome de eternidade; nós, uma pura aparência que se esvai feito miragem no deserto fabuloso das crenças e das cores, aos apetites cálidos desse mistério que transportamos vidas afora. Bem isto, qual solidão e responsabilidade, um misto de saudades e alegrias. Nuvens de cores intensas no céu em movimento. Luzes que buscam a Luz.
Que tanto seja o sonho, maiores os segredos guardamos na humana presença, aos olhos do princípio que nos norteia os andamentos e certezas. Reunimos, assim, no âmago da visão interior, a plenitude desses seres aparentemente ocasionais em queda livre nas quebradas do abismo.
Daí, nasce a beleza, os desejos, apegos, velocidades, instintos, apreensões, circunstâncias, caudal imenso de ausências em choque que se desfaz na busca inevitável de habitar o que sejamos de verdade, mundos informes de talvezes incertos e senhores das próprias determinações, porém imagens que imprecisas, ora projetadas no painel de uma criação inigualável. Ser e existir a um só momento, no íntimo valioso do quanto possamos realizar nalgum desses dias inesquecíveis.
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