quinta-feira, 2 de maio de 2024

Jesus na Sinagoga


A existência de Jesus nas terras palestinas demonstra, através de passos objetivos, a finalidade a que viera sob planejamento superior bem definido, pautando-se nos livros preservados pela tradição de Israel. 

Em um episódio acontecido na cidade de Nazaré da Galileia, isso após ser batizado por João Batista nas água do rio Jordão e vencido as tentações dos quarenta dias no deserto, certa feita Jesus revelou aos judeus, no templo, a sua missão salvadora.

Era dia de sábado. Retornava à cidade em que fora criado. Dirigiu-se à sinagoga, aonde pessoas compareciam para adorar a Deus e ouvir as escrituras. Segundo o costume, alguém se levantariam para ler. A si fazê-lo, e passaram-lhe às mãos o livro do profeta Isaías.

O trecho que coube dizer continha a seguinte afirmação: O Espírito do Senhor está sobre mim,/porque me ungiu,/para anunciar a Boa Nova aos pobres./Enviou-me a proclamar a libertação aos cativos,/e, aos cegos, o recobrar a vista;/a mandar em liberdade os oprimidos,/a proclamar um ano de graça do Senhor, (Isaías, 61, 1-2).

Enrolou de volta o pergaminho sagrado, devolveu-o e sentou no seu lugar.

Conta Lucas que os presentes à assistência fixaram nele os olhares, ouvindo-o acrescentar que naquela hora se cumprira o que acabavam de ouvir.

Tomados de admiração, testificaram emoções benfazejas ante as palavras que ouviam de sua boca. Lembraram, então, das suas origens de filho de José, anterior vivente da localidade.

Enquanto Jesus, por sua vez, buscava reconhecer as naturais dificuldades em admitirem nele um profeta na sua terra, avaliava que alimentavam indagações do porquê de não praticar iguais e espantosos fenômenos havidos na cidade de Cafarnaum, sabidos deles todos, de autoria de Jesus.

Nas suas palavras, Jesus considerou a destinação de cada coisa na ordem circunstancial das ocorrências divinas, citando dois momentos, na vida do profeta Elias, conduzido à casa de uma viúva em Serepta de Sidônia, invés de noutra direção, e na do profeta Eliseu, a curar o leproso Naamã, e não quem quer que fosse, justificando o merecimento de cada um para receber o quinhão correspondente das maravilhas verificadas noutros lugares.

As afirmativas coerentes causaram constrangimento na multidão. Tomados de furor, arremeteram-se contra ele, levando-o de roldão para fora da cidade, ao cimo do monte sobre o qual se achava ela edificada, dispostos a lançá-lo de encontro ao precipício.

O Divino Mestre deixou-se conduzir pela turba insana só até o instante determinado. Mas, passando por meio deles, Jesus seguiu o seu caminho, conclui o evangelista.

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