Bom, depois alguns anos, num desvão da sorte, Péricles deixara de habitar este chão
da Terra. Amigo da Onça também sumiria nas quebradas do tempo, e agora aqui recordo os dois, e conto o motivo da alcunha, originário de história tradicional do Sertão, que ocorrera entre dois caçadores, que agora venho narrar:
Um deles contava suas peripécias da floresta de quando se deparara com onça pintada de não ter tamanho.
- Eu, sem esperar, e ela cruzou na minha frente. Quase pronto, dei de garra da espingarda, mas o nervoso foi maior e atrapalhou o tiro.
- E a onça, compadre, quer que fez na hora, ficou olhando quieta, desconfiada?
- Não, não. Veio em cima de mim com unhas e dentes amolados. Mas fui mais ligeiro; desgarrei mato adentro, naquele pega-não-pega.
- E ela, compadre, que é veloz que nem o vendo, e nada conseguiu de vantajoso?
- Saltei uma grota, cai do outro lado por cima de uma de jurema braba, e fui largando bornal e lazarina, que ficaram enganchados nos espinhos e garrancheira. Sentia de perto o calor, o resfolegado da bicha junto do meu pescoço.
- Nenhum sobroço, sopapo, arranhão, coisa nenhuma, compadre?
- Não. Nada, Livrava o corpo e fugia desesperado. Havia de escapar. Nisso, comecei a rezar com força pra Nossa Senhora.
- Então, compadre, vinha perto, ou ainda longe, o animal?
- Que é isso, compadre.?! Só pune a favor dela. Diga mesmo, você é meu amigo, ou amigo da onça?!
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