quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Justiça seja feita

Em 14 de março de 1997, tomava posse na reitoria da Universidade Regional do Cariri a professora Maria Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau para um mandato pró-tempora, no qual permanecera até o final deste primeiro semestre de 2003, perfazendo assim seis anos e alguns meses na função antes desempenhada pelos profs. Antônio Martins Filho, Manoel Edmilson do Nascimento e José Teodoro Soares.


Personalidade forte de cearense, nascida em Araripe, município do entorno da Chapada que leva o mesmo nome, início do sertão norte do Estado, Dona Violeta Arraes marca sua permanência à frente da Urca com o zelo de líder dedicada, criativa, sensível, votada ao desenvolvimento regional, suscitando, através da expansão do Ensino Superior, as contingências responsáveis pela ampliação do espaço físico e das inovações imprescindíveis à atualização do corpo acadêmico da Instituição. Por seu intermédio se deram concursos públicos necessários à formação do quadro de professores, criação de novos cursos e estudos aprofundados de reforma estatutária modernizadora da autarquia estadual, no formato de congêneres melhor aparelhadas, ainda que até hoje permaneça acanhada, sem sair do papel.

Senhora de patrimônio político aprimorado nas lutas democráticas pela autodeterminação dos povos nos valores definitivos da cidadania de nossa gente, manteria apreciável histórico de realizações, inclusive no Exterior, com livre trânsito junto a próceres de nomeada e meios artístico-culturais do Brasil e de outras nações, sábios, pesquisadores, dirigentes, realizadores, artistas e intelectuais de escol.

No decorrer de período em que esteve à frente da Universidade do Cariri, Violeta Arraes exercitou com soberania devoção à mística de ações pautadas na correção. Influente perante autoridades estaduais e federais, obteve recursos de soerguer os campi em época oportuna, dado o rápido crescimento do número de alunos, propiciando acompanhamento de avanços maiores até então registrados na história acadêmica. 

Com senso de justiça, portanto, agora se torna ocasião de lhe tributarmos preito de reconhecimento e gratidão às suas ações de que aceitou de bom grado regressar à província interiorana para conduzir o processo de consolidação da sua maior instituição de Ensino Superior; reforma e amplia o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri; instala a Bacia-Escola do Araripe; adquire prédio destinado ao campus do Crajubar, em Juazeiro do Norte; amplia e reforma as instalações dos campi do Pimenta e do São Miguel, em Crato; além de criar o curso de graduação em Enfermagem, na área de Saúde e  os cursos de Licenciatura Plena para professores do Ensino Fundamental, cursos de pós-graduação nas áreas de Maio Ambiente, Educação, Economia, Geografia, Letras, História e Paleontologia, e os cursos de mestrado em Sociologia, Direito, Desenvolvimento Regional e Letras; dentre outras tantas realizações apreciáveis.

Sabe-se que uma universidade requer sucessivas gerações a fim de padronizar métodos e tradicionalizar as formas do saber que produza o suficiente ao crescimento da civilização. A sólida contribuição que Violeta Arraes ofereceu ao Cariri galvanizou o respeito e a integração dos princípios dos que aqui vivem. Por isso, numa providência espontânea, lhe tributamos, nestas palavras em nome de quantos ora usufruem da dedicação e do amor com que lutou pela nossa gente, pleno gesto de consideração e respeito à sua memória. 

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