sexta-feira, 25 de setembro de 2015
As duas dimensões
São mais do que só duas, são muitas dimensões as dimensões. Mas também são duas as dimensões mais próximas ente si, o dentro e o fora, pois de tudo vem o primeiro passo. Cá de dentro e ali de fora. Elas duas se amam de paixão. Vivem quentes de próximas e distantes a um só tempo, no entanto assim quais quem condenadas a existir na fronteira de outros e mesmos destinos que se entrelaçam no passar dias e noites com madrugadas entre elas, as duas. Entrementes uma a usufruir do calor da existência que lhes obriga a andarem juntas na existência comum de dois. Dão notícia nas longas páginas das histórias deste mundo de que nunca houve ou haverá um só dia quando elas ficassem/ficarão, andassem/andarão isoladas, face necessitarem da urgência de ambas, uma da outra, casos perdidos de contar diferente, que saíssem/sairão vagando nas areias de alguma praia, ou num deserto imenso desses que os homens criam nas matas destruídas, nunca andassem/andarão, portanto, fora da dimensão da outra dimensão. Nesse procedimento definitivo, condenação, as perguntas de uma espelham as perguntas da outra, tais gêmeas siamesas que usam as funções digestivas da vizinha ali/aqui do lado de fora/de dentro a fim de subsistir e demorar um tanto mais nas agruras/nos prazeres deste chão de terra/de ouro das criaturas viventes. Correr não pode a do lado esquerdo e deixar a do lado direito largada no chão das praças. Pedir ajuda de terceiros, conspirar com eles, muito menos, visto os terceiros transportarem em si as mesmas velhas raposas das duas dimensões azougadas na ânsia ferrenha de persistir no território da antiga sobrevivência. Bom, o que precisam sobremodo resolver essas duas dimensões virá no senso da igualdade/responsabilidade no fulgor da lua nova, no momento quando aceitarem se amar além da pura paixão, penetrar outras dimensões dos labirintos internos da alma delas duas, e resolver o enigma de, sozinhas, querer existir noutros enredos frutos do desejo parcial da solidão, ganância do isolamento das ilhas desertas. E as veremos exaustas de manhã bem cedo ressonando irmãs uma junto da outra, réstias de sol nas faces da mesma face delas duas, entrelaçadas e abismadas ao furor da procura de brilhar, no dia de todos os sóis lá de dentro da alma de Si.
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