terça-feira, 28 de julho de 2015

Vencer a si

Os instintos, a caverna de onde se vem, aquela força bruta que ainda persiste, mas que sumirá um dia, há que se vencer. Dominar os impulsos, vícios, mágoas, rancores, revoltas, ações silenciosas de raiva que crepitam lá na alma e por vezes expõem o território onde habita um ser no trabalho de parto, laboratório da tranquilidade. Isto de que falam nascer o heroísmo verdadeiro, invés das outras dominações das ruas, dos campos de batalha, das raças.


Intrusos batem na porta das agressões, provocações e manias, quando menos se espera, e correm soltos os desejos da ânsia de abrir e deixar passar a gula, falas da vida alheia, gastos além do que se ganha, rios de açúcar demais, chocolate demais, quedas fatais nos hábitos nocivos. Uma banda clama pelas dependências; outra aguarda tempo bom, mas que não pode obrigar, visto o chefe mandar no domínio de si.

Nesse fio invisível corre o pingo d’água ao sol ardente dos dias que transcorrem constantes, na velocidade da luz. Escolas do existir, há direito de andar passo ante passo, submersos nos valores com que trabalham seres humanos. Fagulhas ao vento da Eternidade buscam o conhecimento de si, querendo felicidade.

Como vencer, pois, as síndromes de abstinência, os chamamentos ao erro que gritam durante a vida nos ouvidos internos das paixões e vontades, enquanto aprendemos o certo, porém acompanhados de nós mesmos que reclamam seu espaço de comer o que deseja, atentar na vida alheia, ansiar açúcar demais, chocolate demais, e deixar de lado as responsabilidade para com a saúde, os deveres morais quantas vezes jogados no lixo a título de que mais vale um gosto do que cem reais? Como deter o comandante daquelas tropas inimigas que envergam trajes iguais aos nossos e pretendem ganhar a guerra da existência dos dois lados a título de vaidade, ganância e liberdade? Noutras palavras, como obter a vitória sem destruir a paz interior, o senso do dever cumprido e vencer o bom combate?

Aonde levam erros já se sabe, contudo, diante de circunstâncias adversas do mundo, que mudemos a nós próprios, revelemos ao nosso Eu verdadeiro caminhos de transformação que contem nova história.  

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