quinta-feira, 2 de julho de 2015

Elevar o pensamento

O juízo da gente dispõe dos dois pavimentos bem claros da consciência comum, um abaixo e o outro acima da linha do horizonte da consciência. Isso que aos poucos venho descubro, no decorrer dos dias. O setor de baixo aloja as preocupações cotidianas da sobrevivência, espaço que elaboram as representações sociais, as tarefas que viram hábito, impondo exigências por vezes absurdas, quais vícios, manias, preconceitos, desvios de conduta, tradições equivocadas e rotinas das preocupações materiais. Já o setor superior, por sua vez, serve aos valores nobres a que recorremos nos momentos das carências, horas de crises e apreensões, influxos de solidão e dúvidas. Território ainda pouco explorado de muitos, guarda refúgios providenciais diante dos laços que o destino sujeita impor quando divisamos o aspecto áspero dos acontecimentos inevitáveis da vida. 


Nos transes da religiosidade teremos, portanto, à disposição esse dispositivo, dentro da própria pessoa, em que revelamos o pavimento das virtudes espirituais, tal algumas escolas denominam. Enquanto a ciência acadêmica, a seu modo, considera sob a denominação de Inconsciente, ou região das sombras, dos mistérios humanos. O lado externo de relações, o pavimento de baixo, acessa o mundo, vitrine das máscaras e papéis do transcorrer social, equivalente ao mínimo do que somos se comparado ao infinito de possibilidades do lado ainda pouco explorado desse Inconsciente.

Existem alternativas adotadas de incentivar as práticas da meditação, da concentração mental, da mentalização positiva do pensamento, e outros exercícios, através de métodos e serviços pela caridade, até pelo afastamento da multidão, ordens religiosas que desenvolvem trabalhos comunitários e o desencanto deste mundo profano. 

Há jeito também usado por várias denominações religiosas de buscar na oração, elaboração de palavras e sentimentos, ou a prece, o meio de transcender às limitações do pavimento inferior e chegar aos níveis das comunicações do plano maior, fornecendo a si mesmo o contanto suficiente de obter resultados místicos e maravilhosos de que tanto fala a história das religiões. 

Experiências assim de utilizar o corpo físico e as possibilidades infinitas do ser demonstram, todo tempo, seja contra a vontade, ou por gosto, meios suficientes de transpor as barreiras limitadas da matéria e chegar aos campos férteis da alma, nas vivências naturais das individuais percepções.

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