quarta-feira, 29 de julho de 2015

Razões da angústia

Vezes além da conta a gente se pega avaliando que existam a Natureza e a natureza humana, qual sendo coisas distintas, vista facilidade com que as pessoas desrespeitam a primeira, mesmo em detrimento dos valores humanos. Atitudes ostensivas de contradição revelam descompasso nas relações onde se inserem, vindo daí o sofrimento tanto individual quanto coletivo, marcando o preço elevado de erros e gerações. 

Criaturas precisam, por isso, alterar comportamentos equivocados e aguardar de fora o resultado de tais decisões... Sabem a teoria, reclamam orientação, imploram aos céus métodos adequados, sem, no entanto, traduzir gestos e mudanças, o que deixa a dever os propósitos.

Caprichos humanos beiram desatino, ignorando as consequências. Guerras e suas justificativas, rótulos raciais, econômicos, políticos, religiosos, apenas atendem a sabores temporários, sagacidade e resinas de fechar cicatrizes.

Assim, uns menos afeitos à teima reacionária, desobedientes resolvem transformar o panorama do atraso, dominando essa natureza transgressora, pondo em função instrumentos que podem brotar o novo do que se semeia.

No globo destruição deslavada nos gestos de empresas totalitárias lucram pela eliminação das espécies, em razão da cegueira das superpotências, numa avalanche sem precedentes na história.

Pela vida privada de cada um por si, vícios, pornografia, violência, preconceitos, luxúria, ganância, avareza, indiferença, causas de morticínios, doenças, vingança, inveja, discórdia, orgulho. Tudo se questiona em termos de resultados, pois se diz que os fins justificariam os meios.

Ninguém escuta uns aos outros, tiradas exceções. O lobo arreganha os dentes por falta de exemplo melhor e nada importa preservar, desde a família, que se esgarça na velocidade dessas tecnologias elétricas dominantes. Querer iludir pouco adianta, a cantilena vem parecida com avisos de profetas bêbados. A saliva ressecada no canto dos lábios define o que um dia quiserem dizer e desistiram. Os ouvidos ensurdeceram ou preferem desconsiderar as notas suaves das derradeiras violas.

E escrever isto só na intenção de falar o mínimo de virtude que deverá existir na elaboração dos sonhos de um mundo injusto, projeto dos que pretendem ser felizes. A eternidade é o agora, tênue fresta que dividirá o antes do depois.                            

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