A sociedade anda às tontas diante dos chamamentos perversos que despejam os mercantis a título de alimento, o que bem entendem deixar de lado critérios mínimos da saúde nas ofertas, porquanto o lucro prevalece na mentalidade e nas leis. Indústria alimentícia de padrões duvidosos trabalha ao lado das indústrias química e farmacêutica, na adoção dos motivos mais que responsáveis pelo tanto de exigência médica no presente das pessoas. Sobram pedreiras do desafio que avassalam as gentes todo instante na seleção do que alimentar nossa família. São agrotóxicos, aditivos, acidulantes, adoçantes, corantes, lixo atômico, genéricos à espera dos resultados no corpo em longo prazo, veículos em velocidade nas estradas e ruas, tudo sob doses desconectadas dos reais valores da natureza sadia, que claudica e pede médicos, médicos sem conta, a fim de minorar as consequências da máquina.
Perante, pois, o quadro da saúde pública em xeque, profissional da medicina que passa aos planos espirituais deixa lacuna inestimável, qual profeta da sobrevivência que mudasse de canto, principalmente após largos anos do exercício da nobre profissão, espécie de pajé de agora, vez que por seu intermédio haveria chances de saldar na idade, no bem estar, a esperança de ver os netos chegarem à idade adulta e nutrir sonhos de transformações e melhoras sociais.
Diz provérbio africano que quando morre um homem se fecha uma biblioteca. Em assimilação proporcional, quando morre um médico se fecham portas à saúde que lhe aguardava nos milhares das filas, nos hospitais e prontos-socorros. Que Deus o tenha em bom lugar, doutor, pelo bem que praticou nesta vida.
Ilustração: O doutor, de Samuel Luke Fildes.
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