quarta-feira, 15 de julho de 2015

A reverência das flores

Há interrogações poderosas espraiadas neste Universo sem tamanho. Sobretudo nas coisas mais simples elas persistem, a tocar suave o teto das respostas, busca incessante da paz que nasce dos firmamentos. No entanto flores insistem a dizer o quanto de beleza vaga livre nos espaços infinitos da consciência, e passam cadenciadas à frente do tempo no sentido do nada absoluto do que se foi, isto além de querer dizer os mistérios vivos na beleza, sinais do sentimento e desejo de compreensão. Descem às cavernas abissais das perguntas; invés de revelar, já são por si a própria revelação que passos incessantes arrastavam pessoas nesta força de rasgar as fibras da alma e se apresentar ao espetáculo silencioso das cores, no exercício de viver, amar e ser feliz.

Quantas e tantas, elas nascem, crescem, demoram um pouco, apenas o suficiente de sacudir leves o traje da visão, convidar a ligeiras conversações, para adiante regressar, no mesmo fluir eterno do tempo largando saudades da inocência. Escorrem dos dedos da vida e pautam a melodia das revelações pessoais. Seres pequeninos, ou maiores até, dotados da imensidão multicolorida. Existências guardadas de verde, aceitam de bom grado o frescor da brisa, o solo, a água, e convidam às longas viagens ao céu da imaginação. Arte pura, elas as flores.

No período Cretáceo, desde 145 milhões anos da existência da Terra, vieram as flores. Delas, chegariam os primeiros frutos, lâminas afiadas de toda verdade que reúne sob formas prováveis o conhecimento da perfeição. Páginas abertas do horizonte magistral desse livro aberto da Natureza, guardam no íntimo o poder da compreensão de tudo quanto há. 

Enquanto palavras investigam as inscrições da percepção, flores as revelam. Folhas soltas do autor da singeleza, ensejam, de mão beijada à luz dos olhos, o direito de Ver.  

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