A permanência das coisas
impermanentes, ligeiras,
que surgem, se mostram,
perpassam e se desfazem,
me toca em doce limitação:
fazê-las do outro visíveis;
isso talvez a mim mesmo.
O que avalio, no entanto;
as aceito quais turmalinas
que riscam acesas o trilho
inconstante dos espaços,
rumo ao abismo do Nada.
Busco, então, interpretar
o tropel ansioso da cena,
e passo aos olhos cá fora
a minha angústia de ser
largo estreito no Infinito.
Em só única providência,
construo castelos de forma,
palavras reunidas, suaves,
rendado de verde, arbustos,
santos em prece ajoelhados
aos pés perfeitos do Eterno,
ébrios de esperança e amor,
bibelôs de sonhos e saudade,
pomos dourados, solitários,
os monges fiéis e dedicados
ao mistério do Altíssimo.
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