Sei, sim, que as almas imaginaram herdar a eternidade por prêmio do quanto seria possível existir para sempre pela felicidade eterna dos virtuosos santos. Nem morrer, nem de fazer doer nos outros a própria morte... Sem deixar quaisquer saudades indesejáveis nos que se ama quando chegar no estágio final do percurso vida.
Claro que sei, pois o tempo senhor dos objetos passando na velocidade estúpida dos momentos impacientes grita, todo dia, essa linguagem contundente do desaparecimento e escapa insistente nos programas realistas da televisão em redes nacionais.
Porém quero aqui falar nas possibilidades dos seres que já habitam a morada dos deuses (lá no Sois deuses e não o sabeis, de que falam os evangelhos). Por dentro da gente mesma, nas malhas dos valores imortais, das virtudes que mantém o homem vivo, alegre nas ruas. Eles, que gargalham fácil nos mercados; que têm dedos que se detém nos cabelos da amada; que beijam, abraçam os filhos queridos; chegam apressados nas repartições públicas à busca do pão de todo dia.
Falar na força da criatividade, que descobre as vacinas, os circuitos elétricos, o voo do mais pesado que o ar, as sementes das lendas, o espírito das artes, o cinema, as folhas de zinco que cobrem os estádios de futebol. Do possível das marcas intransponíveis dos gênios aos sons universais das estrelas, ouvidos a milhões de quilômetros, nas coloridas produções cinematográficas. Da necessidade dos estágios jamais interrompidos das galáxias pelos céus do Universo.
Trabalhar, por isso, à luz inextinguível da fagulha que reside o íntimo coração das florestas indevassáveis e receber a energia imbatível da consciência que a tudo preserva com vontade soberana. As possibilidades insuperáveis das humanas fragilidades que, contudo, persistem lutar diante das ondas fenomenais do desconhecido, e revelam, no âmago de Si, o mistério de chegar da lama às estrelas faiscantes dos céus.
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