segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Tempo e Eternidade

Esforço mínimo de concentração é o que exige a compreensão do que se lê. Ler é investimento na percepção da sabedoria. Aprimorar conhecimentos e praticar o que aprender. Dissemos isto na intenção de avaliar alguns conceitos que pedem a atenção de quem ler. Por vezes a gente acostuma com o que dizem sem mergulhar nos conceitos essenciais. Exemplo disto vem das definições que adotamos sem questionar. Quero aqui observar tal aspecto no que diz respeito à preocupação em definir o que seja tempo e o que seja eternidade. 

Tempo está ligado ao espaço, segundo o que está consagrado nos costumes. Será o tempo do relógio, o tempo do calendário, das eras. Enquanto eternidade permanece firme no centro do Universo. Durante a ação do tempo a eternidade permanece estática. Tempo, numa comparação, significa a paisagem que transcorre pela janela do trem. Eternidade, a janela do trem. Assim, o que passa será o tempo. A janela permanece.

Na mitologia grega, Cronos, que representa o deus Tempo, pare e devora seus próprios filhos. Os filhos (nós) passam; o Tempo permanece. Veja bem, já tem outra conotação. 

Daí o que dissemos, a necessidade do aprofundamento dos conceitos essenciais. Na linguagem popular, o tempo não para, quando a Eternidade vive da perenidade, permanência, constância. Noutras palavras, o tempo que não para diz mesmo respeito a espaço, que existe num constante movimento de moléculas e células.  

Quem escreve busca comunicar o que pensa. Isso pede habilidade pouco encontrada neste mundo. Há uma vontade forte de escrever e chegar a quem ler. Nesse esforço alguns têm sucesso. Venho procurando chegar ao nível de me fazer compreendido.

Aonde quero chegar? Quanto a tempo e eternidade ambos são lados de uma só realidade. No círculo, quanto mais distante do centro maior o espaço a percorrer pelo ponto em movimento. Regressar ao ponto central significa achar o eixo, o polo principal. Entre indígenas das Américas, o símbolo de Deus indica o Sol, Tupã, portanto o centro do Sistema Solar, o que também encontramos entre os Incas, que adoravam INTI, o deus Sol. Bem ao centro de tudo, a Eternidade. O tempo inicia logo em seguida, à medida que o espaço se afasta e ganha corpo. Revelar esse foco central poderá ser aplicado a todos os demais sistemas, inclusive ao sistema vital do corpo humano. Outras comparações dessa dicotomia, ou dualidade, universal, iremos localizar entre o som e o silêncio. Entre o tudo e o nada. 

No empenho de simplificar o raciocínio, eis nesta a Lei originária da Criação. Antes de existirem as 10 mil coisas, ali havia Paz, a Eternidade do silêncio absoluto, do nada e de ninguém. A lei da Bipolaridade, do Taoísmo (Tudo tem de ter o seu contrário para poder existir). (Yin e Yang). Deste coração central vieram as existências, das quais os humanos são componentes. Da paz primordial, portanto, nasce o movimento em ondas e partículas.

Desvendar este equilíbrio entre o tudo e o nada indicará a Ciência do sentido entre o espaço e o tempo. Entre o tempo-calendário e o tempo eterno. Entre tempo e Eternidade. Entre as existências que passam e a perene Eternidade.

A fim de estabelecer uma conclusão a estas rápidas indagações, segundo Santo Agostinho, o outro lado do Tempo para o Homem é a Eternidade divina.

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