quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Diagnóstico preciso

Nunca, jamais, qual agora, as pessoas se conhecem tanto. Aonde se virar e nos vemos face ao espelho do mundo, nos objetos e nas pessoas, em velocidade inimaginável, de tudo quanto é maneira, sem descanso, nas páginas dos dias, sobremodo perante as telas espalhadas no quarteirão inteiro. Sem refresco no juízo, dormimos e acordamos ao som dos equipamentos eletrônicos e da sede sensacional das notícias a preencher o universo de mentes ansiosas das novidades recentes. A indústria da informação, os denominados meios de comunicação de massa, qual a bolsa de valores dos destinos, não têm férias nem intervalo de almoço. São as guerras da vez, os atentados, acidentes mil, imprevisões climáticas, medidas radicais dos governantes, escândalos oficiais ou privados, estatísticas atualizadas, prisões, investigações em andamento, novas doenças, novas curas; o que de manhã seria interessante, de tarde envelheceu e de noite virou a retrospectiva amarelada do tardio esquecimento. Uma máquina trituradora de esperanças. 

Na fome desse ineditismo, marcha humanidade trôpega, feroz, ardilosa, impaciente, aos suspiros e dramas das páginas principais dos blocos de notícias que viraram a festa coletiva da pouca transformação, depois de quanto tempo de peleja nas vastidões históricas. Há como que uma radiografia internacional da espécie que diverge pouco da veracidade precisa da ciência que dominou o plano mental dos momentos do futuro. O ser que somos pela primeira vez é conhecido diante das câmeras do saber humano a ponto de existir pouquíssima chance de considerá-lo um desconhecido, aquele desconhecido de antigamente. Hoje a gente já se conhece a ponto de precisar sem sombra de dúvidas quem somos e discrepar quase nada de um conceito preciso da verdade total. Os equipamentos permitem isso através da evolução tecnológica e de exatidão matemática. 

A comentar assim, fica bem clara a importância do instante presente, da certeza correta do autoconhecimento, de promover sérias correções no rumo que se tomou. Melhor ocasião nunca, jamais, qual agora, existe de as pessoas se conhecerem tanto... Não dá mais para onde empreender fuga, pois as paredes ruíram todas, e estamos sós e nus.

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