Em plena Era Cósmica que se vive, quando ninguém mais precisa de ler bula de remédio, que vem tudo on-line e ao som de leituras mecânicas, o mundo virou isso, uma caixa de surpresas eletrônicas. Deslavadas impressões de antigamente perderam a razão e hoje chega tudo no mercado livre, desde as ponteiras dos piões até a expectativa dos primeiros extraterrestres que desembarcarão lá qualquer dia numa dessas praias desertas do catálogo de turismo da imaginação. Tudo, ou quase tudo, aos mutirões dos apegos das gentes e suas ânsias incontidas de viajar a qualquer canto, morar, sorrir, pensar, transmitir, destinar, dormir e sonhar.
Quanto aconteceu desde então, dos livros de ficção da década de 70, de O despertar dos mágicos a 1984; dos filmes assustadores e das previsões fantasiosas dos anos posteriores. Qual o quê, ninguém sabe, ninguém viu. Espelharam neste Chão das almas versos e cantigas, romances e contos, visões assemelhadas ao inesperado que nunca mostrou sua cara nos eventos temporários. Os dramas continuam, enquanto as noites seguem seu curso rumo ao mar do desconhecido. A fome de poder e os métodos de alcançá-lo mudaram só no papel, que agora são algoritmos e fantasias elaboradas.
As limitações dos humanos persistem, vez em quando uns largando aos céus princípios e valores, nas idas sucessivas de seres que apenas aceitam existir, comer, morar, trabalhar e dormir.
Quanta vontade esquecida nos braços do Tempo. Largos telescópios seguem na busca de abrir os olhos da multidão, que apenas aplaude seus ídolos nos espetáculos feéricos das bandas que sumiram das lojas.
De dentro de todos nasce o rio da vida que transcorre nas telas mentais das humanas criaturas, nas praças dos detalhes valiosos de compreensão às vezes das jornadas inesquecíveis. Porém, autores de si, que aguardam o momento exato da transformação pura e simples. Houvesse de ser diferente, de há tempos os sinais apareceriam nos instrumentos de orientação do Destino e a festa jamais teria fim.
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