De olhos bem abertos, todos buscam vencer o apetite aos apegos, sendo estes os filhos diletos dos pensamentos. Tais expedicionários em mundos desconhecidos, tateiam entre as pedras que se desmancham aos próprios pés, na ação devastadora que sustenta essa aventura de obter êxito na fronteira entre o som e o silêncio. Daí nascerem as tecnologias, os esforços de continuar a qualquer custo a contar essa lenda dos que aqui chegaram à procura de regressar nalgum dia. Todos marcam, pois, esse encontro consigo mesmo noutro lugar do Universo. Até alguns dizem haver descido aqui vindo de outras das estrelas espalhadas pelo céu, doutras galáxias, e que trouxeram nas malas prontas o retorno de quando ninguém sabe, ainda, em que século, em que milênio. Só que voltarão, sim. São estes que aí vagueiam nas estradas deste mundo, que passam uns pelos outros nas contradições e pelejas, passageiros sem conhecer o destino. Muitos, tantos, seres pensantes apegados às circunstâncias enigmáticas que buscam interpretar nos cruzeiros da memória.
Enquanto que mestres insistem acalmar os pensamentos e
fixar naqueles que vivem à sua sombra, observadores tenazes do que assistem e
os deixam voar quais aves sem ninho. Desvendar o senso do absoluto, eis a
prática fiel da existência. Instrumentos dessa busca, somos viajantes do
Infinito, sinais vivos da perfeição que nos criou e observa nossos passos rumo
do sentido pleno da origem.
Durante as eras em que tangemos nossos rebanhos de
pensamentos e sentimentos, construímos essa morada eterna, definitiva. Nisso, as
quantas histórias definem o segredo guardado. Tocamos, cantamos, dançamos. Senhores
da ilusão, tão só alimentamos de sonhos as telas do Tempo e sustentamos as
esperanças, a ferro e fogo. Quanta certeza trazemos conosco a partilhar das
multidões; ideias, vontades, dúvidas e alegrias; porquanto somos feitos de
imagens que esvaem no firmamento, miragens deixadas no trilho dos astros de que
fazemos parte integrante até sempre.
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