Nem tanto pelo encanto da palavra, mas pela beleza de se ter a fala. Renato Teixeira
A impressão é que tanto ruído busca esconder o que se passa lá dentro da gente. Isso todo tempo desde sempre. A ânsia de encobrir o verdadeiro entorna o caldo e complica as histórias espalhadas na amargura do passado insistente. Espécie de intolerância a si mesmo, o ser humano abandona o silêncio e invade a paz que haveria de haver não fosse qual quer. Nisto o Amor preserva seu território no coração, e deixa acontecer o desespero até os extremos do extermínio total do equívoco nas criaturas, quando, afinal, elas render-se-ão no altar do sacrifício do ego, pobres seres inanimados de possibilidades esquecidas.
Houvesse cordialidade qual sentido das ações e contaríamos outras lendas harmoniosas de tantas palavras renovadas, e o instante tornar-se-ia doutra versidade. As oportunidades cresceriam da dor ao equilíbrio, quando, só então, dormiríamos em outros universos. Porém isto significa o segmento natural a que nos vemos agarrados, buscadores contumazes de sonhos por vezes adversos.
As aventuras bem representam esses papeis desconexos que temos de realizar nas tentativas e nos erros. Cadernos do rascunho das horas que andam amarfanhados às nossas mãos. Enquanto que o coração nem assim fica quieto e grita seus gestos através das artes, dos espetáculos em ação a cores vivas, no território dos gestos. As trilhas sonoras deste momento seguem firmes nos registros arcaicos e nas manifestações dos sentimentos. Tal força propulsora do motivo entre os seres, artífices da humana evolução, compõem os quadros das civilizações e deixam rastros às portas do Paraíso.
A voz que vem da alma passeia nas esculturas, nas praças e nas florestas. Contam todos os segredos que os aceitaremos lá um dia. Gradualmente nada acontece senão ao sabor do mistério tenebroso que arquiteta o futuro de tudo quanto há.
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