Nesse plano abstrato em que se vive, somos tais instrumentos do que percorre os pensamentos, estes fornecidos continuamente pelas palavras que circulam soltas pelo ar nos setores de tempo. Equilibrados, pois, entre o que foi e o que será, tangemos a nós mesmos à busca da compreensão do que estamos fazendo aqui.
Enquanto isso, as palavras trazem a força dos sentidos e indicam aos pensamentos formas variáveis de constantes valores, mudanças no ânimo e na sorte. Seremos, assim, autores e protagonistas que exercem a função na dupla condição de criar e existir.
Nisto, aferrados a esse chão de matéria, seres abstratos, padecemos naquilo que não pudermos contribuir através dos pensamentos em movimento. Por mais desejemos imperar diante desse mar de variações, apenas sustentamos o processo vida a cada momento. Sujeitos de nossas expectativas, testemunhamos as consequências daquilo que ora criamos.
A meio deste universo onde habitamos, mantemos o senso de, lá um dia, revelar a nós mesmos o lugar preciso aonde prevalecerá a paz que tanto desejamos.
O significado de todo pensamento chega sorrateiramente aos sentimentos e vivemos esse caudal que o Tempo traduz às gerações. Ainda que restritos no espaço diminuto dos indivíduos, persistimos pelo empenho de acalmar os pensamentos e usar com clareza as palavras que nos façam evoluir através do conhecimento interior.
Aqueles que obtiveram êxito nessa aventura de se auto-encontrar quantas vezes regressam, pelos livros, depoimentos, explicações, no entanto tudo a depender da nossa consciência de compreender e criar nossos próprios métodos. Elas, as palavras, permanecem dentro de nós a formar pensamentos e sentimentos. Porém somos quase que restritos a esperar o dia exato de dominá-las e ser o que tanto aspiramos. Existir contém esse dom de vencer as agruras e superar os limites, até a definita salvação, e divisar o Infinito.
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