Quando morre alguém, ali se fecha uma biblioteca. Provérbio africano
E saber que tudo, afinal, transcorrerá dentro da gente, cenário de todas as histórias numa terceira dimensão. Mundos que vagam soltos pelas jornadas, às vezes que se encontram e dividem entre si os minérios dos corações. Símbolos da humana compreensão, por vezes confrontam as muralhas da solidão e destroem vidas e vidas ao sabor da inconsciência. Quando as buscas esgotam todas possibilidades, abandonam ao léu restos desfeitos daquilo que um dia foram e desaparecem nas gretas da escuridão do desconhecido, porém sempre artesões da sorte e mineradores da luz, sejam em dias claros ou nas noites ensolaradas de sonhos adormecidos.
Isto de ser, portanto, conteúdos espalhados pelo Chão em
queda livre, ao sabor do que passa e jamais permanecerá, tal qual nas ondas
místicas da ânsia e dos mistérios. Quantos filmes nós somos e seremos, ninguém
seria capaz de contar. Quantas luas, quantos infinitos abandonados no relento,
passados deixados à margem das estradas que nelas na certa já pisamos.
Todos, no entanto, procuram justificar o sentido da angústia
que carrega nos surrões que transportam, desejosos de reconstruir na alma o início
que antes conheceu e nem lembram mais. Levas constantes, todavia, ainda preenchem
de normas o deserto onde habitam, na esperança de responder aos enigmas sob os
quais foram criados. Temos tudo que necessário a compreender, o que nos trouxe
até aqui, no instinto de aguardar a hora exata de haver sido uma das notas harmoniosas
da sinfonia dos destinos, num laivo de sorte que seja.
Nesse meio tempo, existir determina os detalhes da
imensa ilusão que administramos face aos caprichos da realidade lá de fora. As
palavras oferecem, nos mínimos aspectos, pretextos mil de ler, ouvir,
conversar, aceitar ou não os padrões universais disso que carregamos nos braços
e deixaremos nalgum dos poços do rio da História.
(Ilustração: Helamã 13-16. Entender os profetas do Senhor).
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