Não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim. São Paulo
Creio haver registros dessa possibilidade noutras horas, no entanto quero aqui tratar do que presenciei nos idos da década de 60, do século anterior, quando iniciaram falar de Era Cósmica, Era de Aquarius e outras mumunhas mais a propósito de renovação dos valores da vida. Ocorreu espécie de mudança brusca na mentalidade daquela gente, sobremodo entre os jovens. Uma explosão de transformações tomou de conta de tudo. De um lado, era tempo de guerra, qual sempre foi na humanidade das conquistas da matéria, lutas pelos mercados consumidores, pelas fontes de petróleo, predomínio econômico colonial que fomenta a fome e outras misérias. Na França, da juventude cresciam os movimentos coletivos e a sede da liberdade que se espalhou pelo mundo inteiro.
Daí, em consequência, aumentaram as reações contra a Guerra
do Vietnam, no Ocidente, com jovens recusando prestar serviço militar nos
Estados Unidos e fugindo para o Canadá e a Europa. E a criatividade ganhou
espaço nas mídias eletrônicas, com o Festival de Woodstock, o movimento hippie,
a desobediência civil, etc.
Numa consideração do termo, através de Pierre Weil,
Consciência Cósmica: O termo traduz uma
experiência em que determinadas pessoas percebem a unidade do Cosmos, se
percebem dentro dela (e não fora, como muitos poderiam imaginar); a experiência
é acompanha de sentimentos de profunda paz, plenitude e amor a todos os seres. (Weil,
Pierre – A Consciência Cósmica,
Introdução à Psicologia Transpessoal, Editora Vozes, 1976)
Isso faria face ao materialismo que aparentemente prevalecia
junto aos filósofos sociais e políticos, e abriria espaço a um novo romantismo
nas artes, a ponto de propiciar verdadeira transformação ainda hoje em
andamento.
Decerto, tais reviravoltas no pensamento humano ofereceram
os instrumentos de percepção das novas formas de viver e ampliar o nível do
conhecimento, em reversão ao derrotismo e as misérias que, por vezes, parecem
querer dominar a Civilização.
Bom, as marcas seguem compondo a mentalidade dos que viveram
aqueles anos de protestos em face dos valores arrevesados que quiseram prevalecer
diante das novidades imperecíveis da Natureza e seus elementos eternos, com
base na existência dos seres humanos ora só aprendizes da Felicidade.
(Ilustração: Bhagavad Gita).
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