sábado, 1 de julho de 2023

O poder que tem a música


Essa potencialidade que nos faz reviver o tempo. A gente retorna àquele momento exato de quando ouvíamos as mais variadas interpretações, da época, da fase da existência. Isso de uma força mágica. Transcendem as possibilidades da imaginação. Arrastam-nos de volta com as mesmas emoções, circunstâncias, presenças. Um verdadeiro sentido de reviver que sacode por dentro e faz com que avaliemos essa possibilidade do que contam as escolas místicas desses registros permanecerem intactos nalgum lugar do Universo. Horas distantes que ficaram nas nuvens, nos dias, regressam, assim, a sacudir de novo as lembranças guardadas, alimentos que, por vezes, pensávamos perdidos.

Dia desses, um amigo me enviou pelo WhatsApp uma sequência de belas músicas que marcaram época em nossa geração, temas variados, todas de ótima qualidade e que fizeram sucesso ímpar através do rádio, do cinema, dos discos, sobretudo. Uma verdadeira viagem no tempo; uma viagem de regresso a dias de expectativas, ansiedade, às vezes angústia, no entanto a preencher com toda intensidade tais instantes. Sacudiu por dentro de mim a trilha sonora desses mistérios que resumem o passado. Semelhante a longa viagem nos arquivos da alma, dali vêm as recordações, as oportunidades, os sonhos de outras vezes largados ao léu.

Face de tanto, chega outra vez uma gama infinita de pessoas, lugares, amores, filmes, livros, notícias, uma reconstituição daquilo que, na verdade, permanece intacto no coração. Daquelas apreensões do que seria o futuro naquele presente, hoje tiramos conclusões de várias ordens, tudo por conta desse poder inigualável das notas musicais, das letras, dos intérpretes, algo valioso.

Há momentos em que avalio a profundidade espiritual de cada um dos sentidos. O tato requer a presença da matéria que possa sentir. A visão também necessita de objetos ou fenômenos perceptíveis. A gustação, por sua vez, exige o conteúdo de algo que satisfaça as papilas gustativas. O olfato, menos um pouco, no entanto precisa de um contato direto com o emissão de odor. Já a audição trabalha o invisível, o que vem no ar e toca os ouvidos, o que quero admitir ser o sentido por demais vinculado ao Espírito. Bom, são considerações gerais de quem busca usufruir das benesses da boa música.

(Ilustração: A música no Egito (https://www.todamateria.com.br/historia-da-musica/)

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