O espírito vai e volta tantas vezes quanto necessário seja que não precise mais de vir. Nesse meio tempo, aprende o que fazer até ser feliz para sempre.
Desde criança, houve um cuidado religioso católico de que
não soubéssemos disso na família. Alguma literatura chegava perto de revelar,
na cultura brasileira, esse conceito milenar, algo assim qual na obra de Érico
Veríssimo e Machado de Assis. Este que escrevera o livro Ressureição, a deixar entrever aspectos dessa revelação, no entanto
à margem do que depois conheceria no Espiritismo (a Terceira Revelação, segundo informa). A primeira delas fora Moisés,
com a Lei de Justiça, no Antigo Testamento. Em seguida, Jesus, no Novo Testamento,
a Segunda Revelação, com a Lei do Amor.
No Colégio Diocesano, Alzir Oliveira, meu amigo e
Vice-Diretor da instituição, me daria a ler o livro A face oculta da mente, de Padre Oscar Quevedo, o qual batia de
frente com a doutrinação espírita, negando radicalmente o conceito da Reencarnação,
e relembrando a unicidade das existências. Quero crer, Alzir percebera que eu
tivesse alguma tendência a admitir a formulação doutrinária dos espíritas.
Ao ler o livro e conhecer o que o sacerdote nele considerava,
dali então compreendi mais de perto o valor de podermos vir quantas vezes até a
total evolução espiritual, isso através da perspectiva das vidas sucessivas. Só
então seria desnecessário ter-se de ir, de uma única vida, ao Inferno ou ao
Céu, uma criação, pois, por demais sapiente.
No decorrer da existência, fui aprofundando a pesquisa
teológica e, gradualmente, vir ao que hoje admito de percepção religiosa em
relação aos valores eternos da vida humana.
Esse arcabouço de crença guarda origens nas civilizações do
passado, quais Índia, Egito e China. Quando, no entanto, aqui no Ocidente,
sofreria mudanças de concepção, até que Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard
Rivail) trouxesse a Doutrina Espírita através de O livro dos Espíritos.
(Ilustração: Pieter Brueguel, o Velho).
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