segunda-feira, 17 de julho de 2023

O fio da memória


Longo, um rosário de tudo quanto. Perene. Definitivo. A fonte do passado sobre que viajamos no barco do Tempo. Qual maravilha da Natureza, somos isto, o que fomos, somos e seremos. Arquivo de todos os instantes deixados ao léu, isto impera nas nossas ações aos pedaços que se somam a cada momento e realiza o plano do eterno aos olhos da nossa consciência.

Assim, desde sempre que nos conhecemos, trazemos conosco esse condão de marcas indeléveis, as saudades e as agruras que agora definem o que realizamos de nós próprios e tangemos nas hostes dos dias. A mim representa um dos motivos de estar aqui e contar do que guardo comigo, a fixar, nas folhas e palavras, este presente valioso tão preenchido de horas inesquecíveis. Aprecio o que ficou no modo de que jamais sumirá.

Nisto, divido em caixas distintas as vivências inúmeras das ocasiões por que passei, a observar nessa visão interna da mente cada gesto e as situações  palmilhadas, relíquias dessa eternidade que transporto na essência. Porquanto sermos peças que marcam a história dentro da alma, cumpro à risca o engajamento dessa missão.

Foram muitas as chances de exercitar a liberdade ainda parcial do que representamos nesse todo esplêndido. A consequência de um bloco harmonioso vive solta em nossas mãos. E além de autores também interpretamos o gesto do Universo que nos criou e contém. Fagulhas do mistério profundo, manuseamos a força viva dos nossos gestos e planos.

Sonhos lúcidos da existência, inscrevemos nas pedras do Infinito os olhos do destino que nos seguem através dos sóis. Nesses arquivos ora gravados impera o poder da origem donde viemos e o objetivo de aonde tudo isto há de nos levar. Fôssemos reviver e, decerto, criaríamos outros enredos e produziríamos outros quadrantes na forma imorredoura dos caprichos e das memórias perenes do que já significamos.

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