segunda-feira, 24 de julho de 2023

Ilusão e Realidade


Maya
, assim os hindus denominam a ilusão. Certa feita, presenciei uma palestra do filósofo Huberto Rodhen, idos de 1978, em Salvador. Aberta às perguntas, da assistência alguém quis saber: - Se a ilusão não existe, por que nos preocupamos com ela? De logo veio, de logo o palestrante disse que a ilusão existe, sim. Que se manifesta no mundo físico e causa marcas no processo das existências. Se não, o que nos permitiria conhecer a sua presença junto das cogitações humanas?! No entanto, não tem perenidade, esvai no tempo donde vem, deixando tão só consequência e rastros no caminho dos que a seguem e sejam suas vítimas.

Tal qual fogo fátuo, rebrilha nas noites da ignorância dos que carecem da Luz, a fascinar incautos, fantasiar atitudes, demonstrar possibilidades inconsistentes, arrastando consigo almas mil nos laços das fragilidades e do fastio. Nada parece tanto com a verdade quanto a mentira, dizem os sábios. Iscas de perdições, alimenta efeitos e sensações e consome incautos naquilo de mais precioso, e que aqui permanece na intenção dos que precisam evoluir.

Enquanto isso, a Realidade significa o caminho das transformações, sentido único do aprimoramento dos espíritos mediante empenho e dedicação, fruto da busca incessante pela Eternidade afora. Deus não castiga ninguém. As pessoas saem do caminho e se encontram com o castigo, sendo esse o instrumento de desencanto e do regresso ao objetivo da realização do Ser.

Nisto, eis as leis essências da Natureza a que tudo e todos obedecem. Perante a sujeição da ilusão, há limitações que ensejam os meios de revelar em si a Consciência. Formas perfeitas dessa evolução, neste claro/escuro das percepções, lá um dia se descobrirá que o mal é a ausência do Bem. Da desilusão nascerá, pois, o vazio a preencher através da libertação das paixões fugazes. Da escuridão virá a Luz e uma consciência plenificada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário