Isso de deixar vagar o pensamento através dos instintos de busca que trazem um senso que alimenta de imagens a tela da imaginação. São esses os milhões de impulsos a qualquer momento que invadem o quarto escuro da memória. A gente vive quase apenas disso, escravos que o somos de nós mesmos e senhores de fancaria dos romances capa/espada lá de antigamente. História assim que sucede a qualquer hora, nos hits da ocasião, e que deixam tontos de quando em vez os espectros sombrios desses vultos desconhecidos. Sair ao relento e presenciar a beleza das flores, o clarão da Lua, o nascer do Sol, o movimento de animais soltos na floresta virgem, as margens e os rios, as folhas que caem na velocidade do inesperado, tudo sujeito ao ritmo do Tempo e donatários das criaturas em volta que desaparecem numa fração instantânea.
Palavras, palavras que nascem dalgum lugar dos segredos guardados
e tomam de conta dos desejos e das dúvidas, espécies de moléculas que preenchem
a existência na forma de recursos inéditos. Vastos rebanhos que grudam os
valores a conceitos e nisto submetem todos aos mesmos casarões da expectativa
do impossível. Meros e pretensos intérpretes desses mistérios, talvez nutram a
condição dos cativos da carne ao círculo intermitente dos dias que lhes fogem
pelos dedos, escorrem no chão das almas e somem tais segredos enterrados nalgum
lugar do Infinito.
Bom, depois que tudo isto for embora, nem as palavras
restarão mais. Haverá outras e enormes dimensões estiradas no solo pegajoso das
vaidades até agora incontidas. Séculos sem fim, amém. Catedrais doutros credos,
iremos todos à cata dos novos empreendimentos na orla do abismo, lábios e
mentes soltas aos vendavais da mera sorte dos ímpios. Seremos só isto, e olhem
bem aonde se dirigem os comboios do destino, de ilhos abertos ao capricho das novas cortes que já formam suas bases na tecnologia pecaminante.
Enquanto que haveremos de constituir uma nova vida noutras galáxias, após o
crivo dos acontecimentos inevitáveis calcarem sob os pés as ilusões humanas.
Bom, depois que tudo isto for embora, nem as palavras restarão mais
ResponderExcluirLembrei da célebre frase de Shakespeare - O resto é silêncio.
Suas palavras são profundas e traduzem uma mente vasta de sabedoria. Grato por compartilhar, caro amigo! 🙏🏿