segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Subir ao segundo pavimento

Deixar de lado as igualdades dos dias e querer elevar o pensamento aos níveis do outro andar que existe dentro da gente. Bem ali, bem aqui, erguer nas próprias pernas o poder da vontade e querer subir ao patamar superior. Fugir da rotina dos momentos que passam fugazes, e aceitar crescer das mesmas pernas que andam pelas calçadas à procura da felicidade. Aceitar, pois, a fé qual razão fundamental do querer e guia de agir de si em si.

Bom, é isto, dizer que existe em nós a solução dos tantos dramas da existência. Responder às perguntas da saudade em que se transformam os instantes de alegria, de amor e tranquilidade. Andar no teto das facilidades que somem nas curvas das estradas vazias, sementes e mais sementes de esperança. Isto de substituir a perdição pela concretização dos esforços em luzes de paz.

As músicas contam a propósito dessas possibilidades, porquanto devolvem acesas aquelas horas que envolveram de harmonia feliz as boas lembranças. Tocam a alma na força da continuação das melodias ricas e inesquecíveis. Flores resistentes, elas marcam a história das pessoas e as conduzem a ocasiões de emoção inesgotável que pareciam inexistentes.

Por isso, o eternizar o tempo impera nas artes, em face da beleza que produzem. Rasgam o véu da fragilidade e preservam a fome de reviver intensos velhos toques de ausência nos entretantos vivos pelo interior da subjetividade consciente de novo. Quanto poder as músicas guardam consigo na persistência de tudo. 

E no íntimo das pessoas segue eterna a possibilidade infinita de recriar o fugidio face ao passado que leva a este segundo pavimento da criatura humana, onde poderá reconhecer os reais conteúdos das verdades imortais, valores psicológicos imutáveis ainda hoje quase desconhecidos. A escada de chegar a tal efeito mora no horizonte da presença e espera nossos primeiros avanços de dominar tudo e chegar aos céus. 

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