quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Hora de saber

Nem sempre podemos ignorar, pois existe a hora de saber, quando todo mistério se desfaz. Sobre essa hora queremos falar, apoiados na indispensável atenção do leitor.

Tanto disseram sobre tantas coisas, enquanto o essencial permanecia posto à margem, que isso agora vem a lume, parido na força visceral da precisão, no chamado enigma humano, centro e motivo deste ligeiro comentário.

De início, abordemos o cérebro, que se compõe de uma figuração dupla, montado sob a estrutura dos dois hemisférios, que, articulados entre si, geram a sua função principal: o esquerdo e o direito, no dois da mesma concepção nas outras coisas naturais.

Chineses conheciam esses aspectos e os estudavam sob a designação de Princípio Único do Universo, ou Lei da Bipolaridade. Tudo tem que ter o seu contrário para poder existir - Yin/Yang.

No Egito Antigo, o sábio Hermes Trismegisto examinara o assunto, considerando que um mesmo princípio perpassa todas as coisas que existem.

Assim, obedecemos, mesmo que diante de aparentes desobediências, por nos achar submetidos à Lei universal.

Outros exemplos revelam as tais dicotomias complementares: mulher/homem; noite/dia; Lua/Sol; escuro/claro; doce/salgado; baixo/alto; negativo/positivo; frio/quente. Pares de equivalências se distribuem com perfeição, lições constantes dos valores eternos que os mantêm.

Onde pisarmos, cumpriremos as ordens eternas do Supremo Ser, criador do equilíbrio de tudo o que há.

Tais evidências persistem na energia elétrica, que apresenta os dois pólos: terra e fase, ou fogo. Terceira alternativa inexiste além da harmonia dessas lateralidades, totalizando a força. Quaisquer disfunções redundariam no desmantelamento e posterior inércia dos sistemas. Ao ocorrer desequilíbrio nos extremos, o barco da ordem irá a pique.

Quando falamos que o cérebro se estabelece nesses dois inter complementos, vale observar também que são partes à procura do todo, conclusão dos estudiosos da alma nas várias escolas, isso que assegurar saúde mental por via de negociações conosco mesmos, na maior de paz interna e obtenção da almejada felicidade.

Vertentes religiosas, igualmente, indicam o nosso outro lado como a trilha do encontro rumo à evolução, plano elaborado pelos milênios afora, no processo denominado de Individuação pelo psicanalista suíço Carl Gustav Jung.

Jesus de Nazaré marcou a história sob o signo de Cristo (o Ungido de Deus), o Eu verdadeiro que nos ensina; Sidarta Gautama, por sua vez, ficou conhecido como Buda, o Iluminado da Ásia. Na Canção Sublime, dos vedas, Arjuna ouviu Krishna, a Suprema Personalidade Divina, que o conduziria à vitória maior sobre os exércitos da Ilusão. Já Saulo de Tarso mudou até de nome (Paulo) após encontrar o Cristo em pleno caminho de Damasco. Isto para citar alguns dos fenômenos mais notáveis de transformações que marcariam a História.

- Descobrirás a Verdade e ela vos libertará -, recomendava Jesus, nas suas pregações ao povo ainda voltado quase só aos atos da vida transitória.

Além destas, outras afirmações suas se voltam a esse esclarecimento: Se teu olho é bom, todo o teu corpo é bom. Se teu olho é mau, todo o teu corpo é mau, disse de acordo com os evangelistas.

O espaço das palavras, ao seu modo, reclama a economia de detalhes. Hora de saber, título escolhido a fim de escrever sem qualquer subterfúgio. Portanto, eis o que achamos devesse constar recordando a assertiva dos sábios de que Deus é a simplicidade das coisas mais simples.

Por via de consequência, ao buscar novas perspectivas da realização pessoal, avaliemos o assunto dos lados da mesma moeda, então.


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