domingo, 20 de novembro de 2016

Deus chinês da prosperidade

Há tempos que vemos em lojas de quinquilharias, vitrines de shoppings, residências e quejandos, essa estatuínha chino-japonesa de velhinho gordo, sorridente e convencido, orelhas enormes, cabeça rapada, peitos e barriga de fora, parecido com um praticante do sumô, a luta do Japão, e que muitos confundem a imaginá-lo qual a figura de Buda, a Luz do Oriente.

Contudo Hotei, ou Miri, esse  o deus figurado nos tais bibelôs se trata do senhor da magnanimidade, da humana generosidade, vindo até nós por meio da onda de orientalismo que aqui chegou, no Ocidente, nestes três últimos séculos. O tempo todo ele demonstra ser feliz, rindo, sempre de bom humor, e por isso expande saúde e felicidade, porquanto está satisfeito com o que tem.

Dizem que Hotei dispõe do recurso interior para todos que queiram atingir a completa serenidade e a tão almejada sabedoria.

Mostra-se geralmente com a enorme barriga e roupa caindo pelos ombros. Seu abdômen expandindo, no entanto, fica longe de simbolizar o pecado da gula, mas significa a satisfação do estado em que vive.

Hotei, conhecido como o Buda gordo, é na verdade a imagem de um monge chinês frequentemente encontrada nos templos, restaurantes e amuletos. No folclore da China, ele acabou sendo associado ao Maitreya, o mito da perfeição absoluta, ser que, inclusive, visitará o Planeta durante a grande transformação que nos aguarda em futuro não distante, segundo as previsões proféticas de algumas escolas místicas. Para os japoneses, o hara (ventre) denota o coração e a personalidade, por isso seu vasto hara transmite essa grandiosidade de espírito.

Assim, no Ocidente, ele é muitas vezes erroneamente visto, como dissemos, sob a representação do Buda, Sidarta Gautama, quem, por sua vez, era bem mais delgado, e de comum entre os dois persiste apenas o jeito de sentar em posição de lótus. Segundo a crença popular, apreciar a pintura ou ter uma estatueta de Hotei espanta as preocupações da existência.

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