domingo, 27 de novembro de 2016

Luz de dentro

Desde muito longe que ouvimos falar da existência do que mora no íntimo das criaturas humanas. Para que olhas em redor de ti, se não é este o lugar de teu repouso (KEMPIS, 1979). Dentro, bem dentro de nós, vive o Altíssimo, o Santo dos Santos, império da Salvação superior. Arquétipo da verdadeira felicidade, esse lugar existe, sim, de que dão notícias as tantas escolas místicas durante todo tempo, lá distante, nas inúmeras civilizações. 

Tomás de Kempis, em Imitação de Cristo, deixa bem claro o conceito de que no céu deve estar a tua habitação e, como de passagem, hás de olhar todas as coisas da terra.

Todas passam e tu igualmente passas com elas; toma cuidado para não te apegares a elas, a fim de que não te escravizem e te percam.

Por demais considerado o conceito do Eu interno em detrimento do ego, isto fruto dos pensadores no correr dos séculos, só agora pululam, nos variados campos da Psicologia, provas suficientes da constatação antes apenas filosófica e mística. Há, pois, um nível de percepção que indica tal função do despertar de uma nova consciência crítica, também denominada Consciência cósmica, objetivo de toda a jornada dos seres humanos, porquanto esse salto de qualidade viemos aqui promover. Quais desafios de todas as horas, os livros sagrados consagram os meios e comportamentos de obter a conquista do Reino celestial por força de honesta disciplina e da prática fiel do Bem. Toda confiança da virtude ressalta isso, de salvar a própria alma rumar à imortalidade consciente.  

A realização do Ser, portanto, virá em consequência do empenho individual de adentrar os escaninhos do corpo físico, onde repousa o cerne da mais plena revelação de Si mesmo e transmutação da carne em espírito, razão de tudo quanto existe sob o Sol. 

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