terça-feira, 3 de setembro de 2024

Em que tudo se resume


O Tempo é a medida do movimento entre dois instantes. Aristóteles

A Via Láctea bem que significaria o espaço disto acontecer. São eles os seres em movimento sob o crivo da mais distante das interrogações, no entanto que cumpre desígnio fabuloso dentre todos propósitos de Autor monumental. Essas respostas vivem soltas pelos céus, pois. Seremos isso, meros observadores de um roteiro previamente traçado desde sempre por força de significados sublimes. No princípio, em forma das inscrições rupestres entre lápides e rochedos. Depois, os primeiros grunhidos vieram nas palavras articuladas de inteligências entre si. Só mais adiante, as cartas. Os papiros. Teatro. Circos. Livros. Jornais. Revistas. Discos. Telégrafo. Rádio. Telefone. Cinema. Televisão. Computador. Internet. Celular.

Uma espécie de solidão percorreu os caminhos deste chão nas longas horas de sono profundo de tantos, largados na busca do Infinito neste jogo entre o pensamento e o sentimento, que arrasta a aventura humana pela Terra. Nisto, ninguém há de prever nitidamente o destino do quanto existe e virá no brilho das estrelas distantes. Fôssemos anotar com clareza o sentido do quanto perfaz o simples do Universo e ter-nos-íamos face a face conosco próprios, senhores silenciosos do Absoluto.   

Quiséssemos tão só considerar o resumo de quantos acontecidos e nos depararíamos às bordas do inexplicável, do impossível de saber a quê. Enquanto isso, todos marcham irreversíveis à busca de novas interpretações, agora nascidas de dentro da Consciência que o somos. Ainda que fruto de mergulhos extremos nas ideias, nas lendas, fábulas, o senso que tudo perfaz resulta do mero andar de fenômenos e interpretações, faltos de conhecer.

Dessa interiorização inevitável de todos em si resultam valores apenas relativos da versão deixada lá nas cavernas e transpostas, depois, nas grandes navegações, no domínio do mais pesado que o ar, na sanha selvagem de sujeitar a multidão e artesanato de novas rupturas do Eterno que a tudo domina. Isto em respeito aos místicos e suas viagens transcendentais pelas lonjuras. Porém seremos estes mesmos de olhos postos na distância e sedentos de maiores sonhos.

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