Isto em tudo, um espelho aonde ver o fluir dos instantes aos milhares ininterruptos. De comum, são indivíduos, lugares, animais, etc. Basta simples varrer em volta, daí nos deparamos com a realidade concreta em movimento. A gente encontra gente que há tempos não víamos, e lemos as marcas fortes ali deixadas pelo escorrer das condições em volta que grifam seus frutos.
Esse esforço de deter o momento, porém, custa sentimentos, saudades acumuladas, instintos de rever, reencontrar... Inobstante, mero engano. Vem sendo assim desde sempre. Ânsias, frustrações, desenganos. A dor do desaparecimento fere, escondida no espaço entre um ser estranho face ao desconhecido que vaga no pulsar dos corações. Ninguém que obtenha êxito ao fugir de si mesmo, porém. Cercados vemo-nos diante do Infinito, ainda que aprendizes de sorte enigmática, a vislumbrar as consciências ativas.
Disso restam as lições da continuidade sob esta relação de sujeitos e circunstâncias, tal circo misterioso em constante atividade. A cada objeto, caminhos, construções, cidades, deparamos o ente que o somos, no entanto códigos a serem decifrados no tanger dos quantos dias, autores da própria compreensão e portadores desse transe resumido nos olhos e desejos, páginas abertas da individualidade voraz. Existir às margens do rio do Tempo, até também descer, tragado pelas águas turbulentas do abismo inevitável.
Nesta função de atores e expectadores do mesmo espetáculo, no circo do Destino, pois, aqui tornamo-nos parceiros uns dos outros milhões, bilhões, ao nosso lado, a ilustrar o firmamento de cores e formas, cercados de fenômenos inesquecíveis, guardados na memória. A força de continuar emite sinais em forma de apetites, apegos e visões, durante o turno das vidas, ocasionando amores, realizações sem conta, preenchimentos vagos dos turnos seguidos pelos nossos sonhos. Nas horas e nas pessoas, contudo, ficam as tatuagens dos céus em movimento na alma de todo Ser.
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