Vastos de memórias, serras e vales, o Tempo transita suavemente às bordas do Infinito; paraísos ao Sol; luzes de firmamentos distantes; trilhas constantes a refazer o estio das longas invernadas; comboios de ciganos espalhados pelo mundo à procura da sorte; oásis férteis, floridos; longas noites a nutrir o teto das lembranças; nós, enfim, seres alimentados de certezas que fazem crescer o desejo de novas oportunidades, artesões dos destinos, uns que contemplam os demais na cintilação de novos dias, mesmo diante da dúvida, dos sentimentos ainda imperfeitos, das palavras toscas a escorrer do canto da boca, no que se viveu tantas vezes aos pés das circunstâncias imperenes.
Por isso, lá neste universo de tantos a viajar pelas horas
incontidas dos finais de tarde que sacodem corações, bem nesse lugar de todos
os mistérios desliza a fome de continuar, de descobrir os segredos guardados entre
as luas instáveis e os pequenos rascunhos do porvir. Sei que a gente busca, frenéticos,
os dias de paz, a união de quantos assim porejam no calor das existências,
envoltos no manto sórdido da matéria bruta, porém à cata dos melhores momentos
desde então.
No penhasco desses abismos mais profundos adormecem, no
entanto, valores, experiências, vontades soltas nos prados desconhecidos de muitos
em movimento. Antes de tudo, somos isto, a indagação da humana felicidade a braços
com lamúrias e litanias, senhores de si na ânsia da compreensão futura. Do centro
do carrossel imenso da dúvida persistirá, pois, o ímpeto de uma verdade plena,
imã forte das tradições de estar aqui e viver no seio da história de que somos
parte inevitável.
Espécies de seres independentes doutras razões, os sonhos sobrevêm
toda vez sem trazer à alma maiores marcas senão as deixadas pelo Inconsciente, território
de onde se originam. São partes nossas que perduram além do que imaginamos, as mensagens
de perfeição que nos traz até aqui.
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