domingo, 15 de setembro de 2024

As manhãs de domingo


Há mil segredo nas cores espalhadas ao léu de vozes e silêncios. Viajam pelos destinos e chegam forte aos sentimentos, deixando marcas profundas no seio deles todos, perguntas vagas do que seria não as houvesse. Destarte, flutuamos ao mar dos acontecimentos, guardando em si o princípio de continuar demonstrando a nós próprios o que significa existir, diante, pois, das circunstâncias. Assim seguem as horas, nesta manhã domingueira. Instante por demais suficiente ao regresso das tantas situações quais vividas nos diferentes lugares, somos os sinceros autores das nossas histórias.

Quiséssemos e já sobreviríamos, a braços com o passar do Tempo. A conter as fúrias desse gesto de esquecer, no entanto alimentamos vasto continente de recordações doutras vezes quando, nas diversas luas, também defrontamos esse deslizar constante dos calendários. São praias imensas, a céu aberto; florestas de tantos pássaros e flores; sorrisos e abraços apertados, nas despedidas; os trilhos; as estações; as pessoas que vêm e vão na mesma intensidade.

Conquanto um vazio fulgurante esteja a par do quanto ocorre nas almas acesas pelo firmamento, ainda que tal persistirá o desejo veemente de controlar o mundo e sustentar os sabores doces que nos trazem até aqui, largados, pois, sobre escombros incandescentes, no entanto de onde se avista oásis além das guerras, dos dramas humanos, das massas adormecidas... Sombras adversas perseguem as distâncias e deixam rastros acesos nas dobras do Infinito. Das brisas suaves dessas manhãs restam, no íntimo, avisos da Criação junto da gente, na voz da Consciência. Detalhes mínimos que sejam demonstram, nisto, o poder infinito sob o Sol. Um a um penetramos nessas telas da vontade e construímos a necessidade do Ser.

De um tudo, porém, ficamos ao sabor do vento e fixamos a sorte e o sentido deste futuro já agora presente na forma de pequenos seres a catar os grãos de mistério no coração dos amores em movimento.

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