quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Uma só e aparente dualidade


Depois da unidade vêm todos os outros números, o dois em primeiro momento. Nisso, a Natureza. Detalhes mil que se transformam a todo instante, reúnem as quantidades e qualidades em um único todo essencial. No entanto, haveremos de percorrer a longa estrada que levará à inteira e una compreensão desse todo. Nesse meio tempo, existimos e divisamos os caminhos por vezes lotados de aparentes realidades em conflito.

Bom de avistar essa conceituação também nas parábolas, lendas, fábulas; nos mitos e contos deste mundo. Dentre esses, recentemente li, em Fábulas filosóficas, de Michel Piquemal e Philippe Lagautrière, um conto indiano a propósito de árvore que tinha duas galhas. Numa dela, produzia frutas envenenadas e na outra, frutas boas, sadias, saborosas. A população daquele lugar, temendo as frutas envenenadas, deixava a árvore de lado durante todo tempo. Porém, numa fase de seca e falta de alimento, todos observaram que a safra daquela árvore nada sofria com a ausência das chuvas. E todos ansiavam poder colher as frutas vistosas, chamativas.

Um ancião em idade avançada resolveu, então, que experimentaria as frutas de uma das galhas, em benefício dos demais. Viriam, assim, qual delas produzia as frutas sadias e festejariam a colheita. Saiu vivo da experiência. Daí, verificaram que, quanto mais utilizam a produção da galha sã, mais nasciam dela novos brotos. Com isto, dessa constatação, uma noite resolveram cortar a outra galha e evitar de vez as frutas doentes. Mas qual o que, logo no dia seguinte a árvore começou a murchar, morrendo em poucos dias.

...

Assim mediante a leitura, lembrei da Parábola do Joio e do Trigo, que contou Jesus. Tudo tem um tempo certo de plantar e colher. Conhecemos a escuridão porque existe a luz. Num realce perfeito, as normas da existência demonstram a bipolaridade tal componentes do mesmo todo, meios claros de percepção da Unidade Original, o que preenche, em tudo, as normas fundamentais das lições do Universo.  

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