Um noviço certa vez se dirigiu ao seu mestre e indagou:
- Qual a pergunta mais importante que existe?
Com um sorriso nos lábios, figuração desprendida dos mestres
zen, ele logo respondeu:
- A pergunta mais importante que existe é esta que o senhor
está fazendo agora (- Qual a pergunta mais importante que existe?).
- E qual é a resposta mais importante que existe, Mestre? –
seguiu perguntando o noviço. Ao que o superior, em seguida, respondeu:
- A resposta mais importante que existe é esta que agora estou
lhe dando.
E bem no interstício entre a pergunta que o discípulo fizera
e a resposta que o Mestre lhe acabava de oferecer, bem ali, cabem todas as
perguntas e respostas que existem ou venham existir, quando, em gesto de pura
leveza, nesse espaço hipotético, circula o conhecimento de tudo quanto há, pois
o Ser que vive no que indaga já traz em si toda
explicação e todo conhecimento.
No âmago da fronteira entre a razão e a emoção circula o
movimento do Universo, que é a luz da Eternidade e habita em todas as vidas,
conscientes ou em fase do despertar da consciência.
Enquanto explicações atendem à razão, o sentimento assiste,
por vezes indiferente, o transcorrer das respostas que o Universo oferece aos
olhares vagos dos protagonistas de todas as perguntas e respostas.
A luz, que um dia imperou desfazendo as trevas da ignorância, vaga na noite ainda escura das consciências sombrias, à busca de lhes trazer a
iluminação.
Por isso, diante do vazio das consciências, em meio às tantas
perguntas possíveis e imagináveis, perdura livre o desejo da verdade mais pura
De passos continuados no solo das existências, desperta a natureza, o sol das
presenças individuais que um dia irão clarear por todo tempo.
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