segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Ficção científica


Dentre os livros e filmes que nos fizeram a cabeça em uma geração, alguns permanecem vivos nas lembranças quais instrumentos de expandir a mente em construção. Isto numa época quando quisemos voar mais longe e chegar às raias das estrelas lá no Infinito. De alguns, sobram ranços de pessimismo. De outros, uma busca de compreensão dessas distâncias de tudo o que existe nos céus e em nós mesmos. Filmes e livros, afinal impulsos de conhecer os segredos. 2001 Uma odisseia no espaço. Contatos imediatos de Terceiro Grau. Gravidade. Crônicas marcianas. Utopia 14. Os frutos dourados do Sol. Avatar. O predador. O vingador do futuro. Doutor Estranho. O exterminador. Eu sou a lenda. Gremlins. Entre tantos e tantos outros.   

São emoções que ainda sacodem a imaginação desta época, diferentes das ficções e lendas de antes, de quando contavam as histórias dos reis, príncipes, fadas, duendes, feiticeiras, viagens fantásticas a países exóticos em volta da Terra. A necessidade que existe de conhecer outras dimensões do Universo sem fim toca na casa dos sonhos e singramos espaços quais meros habitantes primitivos de mundo isolado à busca de novas esferas, conquanto a ficção vive disso, de querer mergulhar no vazio e descobrir sua extensão.

Mediante os limites constrangedores da matéria, seres humanos desde sempre padecem sob as couraças deste chão. Querem transcende a todo custo. Vieram mitologias. Vencer superstições. Crenças vagas. Desde o crivo insistente da razão que carregam vidas afora, querem desvendar as entranhas de si por meio das interpretações imaginárias que sejam. Daí, nasceram as ciências; primeiro, as ostensivas, das suposições exteriores; depois, as invasivas, dos aparelhos eletrônicos. No rastro, as ditas ciências ocultas. Vasculhar a essência do Ser pelos recursos dos pensamentos, raciocínios, percepções místicas, frutos das interrogações que comprimem a vontade de encontro às ânsias de interpretar a Natureza.

Ainda agora, quase nada se sabe de certeza dos mundos internos da Consciência, livre das ficções, por vezes pessimistas ou otimistas, com relação ao que há de vir. Na célebre interpretação de Descartes (Penso, logo existo), além dos fenômenos individuais da sensibilidade, dos quais só resta dizer e que seja aceito, de pouco sabemos, em verdade plena, que possa atravessar com êxito a barreira até hoje do intransponível de um eu sozinho perante a ficção, pois.


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