terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Luzes na madrugada


Antes de tudo, somos estes seres em evolução. Isso porque ninguém se arvore de já possuir a resposta plena desse enigma que decifraremos mais adiante, sem nem saber agora de sua origem fundamental. Uns agarram aos destroços em movimento e sustentam meros traços da impermanência qual solução. Alegam a necessidade de uma autossuficiência no impulso do intelecto e seus fenômenos de que usufruem e passam. Outros sobrevoam e crescem dentro de si na busca de decifrar as emoções atuais, feitos argonautas da realidade abstrata. Padecem da renúncia aos instintos, porém cientistas experimentais do mistério que guardam e querem descobrir de tudo.

Enquanto ouvem o silêncio, falam das conquistas pessoais de um mundo vasto porém ainda envolto nas brumas da subjetividade. São eles os místicos, platônicos, que descrevem os conhecimentos que, um a um, haveremos de achar em nós próprios.

Bem isto essa fase dos humanos. A perfeição só existe no mundo das ideias, segundo Platão. Daí, tocar em frente merece cogitação. Até quando Nietzsche dispara, milênios após, críticas às ideias puras e propõe o amor ao destino (amor fati), ao alimentar a Verdade ser uma ilusão e a Liberdade o estado puro das vidas que aqui vivemos.

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Desse mergulho em si mesmo, através da intuição e do aprimoramento moral, entretanto, vem o encontro de outra dimensão que não seja essa de agora. Contudo a exigir do autoconhecimento, que pode apenas ser transmitido em palavras, palavras que carregam o crivo da subjetividade, onde todo código permanece restrito ao que, individuo a indivíduo, todos tem o seu próprio. Eu digo o que penso que esteja dizendo. Você ouve o que pensa que esteja ouvindo, pois.

Quais limitações determinam as regras desse jogo de pensamentos fátuos? Os mistérios viram segredos e os segredos são mistérios em andamento no meio das criaturas. Aqueles que chegam à Verdade veem-se restritos ao território da inação, quando, nessa hora, densa névoa envolve a compreensão e determina avanço tão-só pessoal nas vidas afora. Bem isto o limite da existência e matéria prima do aprimoramento de todos, esses senhores exóticos do Absurdo em revelação lá dentro da individualidade.

(Ilustração: Superman, o retorno, direção de Bryan Singer).

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