sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O Tempo e o Infinito


Há momentos quando resolvo exercitar algumas avaliações daquilo que significa estar aqui e poder considerar as tantas qualidades deste mundo. Algo assim tal, no mínimo, admitir o quanto de maravilhas nos envolvem e de que quase nada sabemos interpretar. Desde mínimos detalhes desse todo onde habitamos e nele seguimos quais peças, porém sem o poder de compreender.

Isto desde a vida em que existimos até esse Universo estonteante de fenômenos que nos cercam e que carecemos dominar a nosso próprio proveito. Quais espécimes imaginárias, mergulhamos neste mar de atmosfera, vemos o céu, os astros, a natureza em volta, formamos um corpo exato de rara fabricação, falamos, sonhamos, criamos, procriamos, enxergamos, nos alimentamos, tudo sob leis inevitáveis. Pássaros deste firmamento ilimitado nele divagamos, por vezes erramos ou acertamos, livres e prisioneiros de destinos inarredáveis. Seres que somos, indagamos e chegamos a conhecer mistérios profundos de que, tarde ou cedo, haveremos de largar ao sabor das novas interrogações.

Deles todos, de todos os  artefatos que compõem a inelutável sinfonia dessas tradições milenares, duas evidências rasgam as vistas da consciência humana, dado o esplendor de sua grandeza, o Tempo e o Infinito.

O Tempo que transcreve tudo em nossos pensamentos, memórias e realizações, e nele sumiremos como num passe de mágica no para sempre da Eternidade. Tempo, o Senhor Tempo, autor das tradições, das civilizações, que vêm e vão ao sabor da História. Que revela segredos ocasionais e tange a barca do Destino no furor de muitas eras. Em que nele passamos e ele, por si, permanece impassível nas rochas do depois qual se nada lhe fizesse diferença entre o ontem, o hoje e o amanhã. A que os gregos denominaram de Cronos, o deus que pare e devora seus próprios filhos.

E o Infinito, por seu turno, o Cosmos, inextinguível, de todas as luzes e todos os amores qual revive para sempre pelo Tempo que segue seus passos. Quanta beleza, poemas escritos de um autor Supremo, senhor absoluto do quanto persiste ad eternum, fulgor e paz no coração da gente. São, pois, meras cogitações em que busco, lá um dia, me encontrar comigo e comungar da Natureza na presença das ideias e palavras, neste silêncio profundo de quantos corações, o que nos acalma e sustenta diante das horas e dos lugares.

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